Gostava de saber quais os valores "dignos" para uma oficina que (a menos que seja um sapateiro ou um achanateiro de esquina), vocês acham justos?
Especificamente no caso da Motor7 (que é o que está a ser discutido) ou outras congéneres, tenham em conta que:
- É "mão de obra" qualificada e obrigada a fazer / actualizar o seu pessoal com formações constantes
- Têm equipamento, ferramentas e maquinaria específica e que custam os "olhos da cara" e a todo o momento têm de investir em novos equipamentos
- É um concessionário oficial (não imaginam possivelmente quanto custa manter uma concessão oficial de marca) e juntamente com as outras cria uma rede nacional de venda, pós-venda e assistência e que permite manter a marca em território nacional.
- É uma "casa aberta" que (geralmente) paga os seus impostos. Não é daquelas que com factura é um preço, pela porta do cavalo é outro.
- Dão garantia da reparação e caso alguma coisa corra mal, terão de arcar com as consequências, podendo o cliente lesado fazer sempre reclamação da oficina oficial ao respectivo importador.
Tudo isto tem um preço. Por isso é muito relativo discutir qual o valor certo ou justo de mão de obra e o qual a partir dai consideram caro ou excessivo, dadas as variáveis que podem influir nisso.
Acho muito bem que quem tem conhecimentos e ferramenta para fazer tarefas mais ou menos básicas de manutenção nos seus carros ou motos, que o faça. Nada contra com isso, pois também já o fiz.
Agora dizer que um valor horário de um concessionário oficial é caro, de ânimo leve e só porque na generalidade em PT se ganha mal, é que não me parece coerente.
Depois.... só lá vai quem quer! Se preferem os ditos sapateiros de esquina, é uma opção vossa, com as respectivas vantagens e outros tantos riscos inerentes, como sabemos.
Também sou um técnico especializado, dentro da minha área profissional. Exigiu-me (e exige-me a todo o momento) tempo, formação, conhecimentos, dinheiro, seguros, etc... e para além disto tudo, só posso exercer a profissão que exerço, pagando anualmente à minha Ordem Profissional um valor considerável que muitos ficariam admirados se soubessem quanto é.
Ou seja, há um valor a pagar por tudo isto, e logicamente que isto é reflectido nos valores cobrados pelos serviços que eu ou qualquer colega meu prestam... achem os demais caro ou não!
É o velho adágio tão português que quando é para pagar, é sempre caro.... quando é para receber, acha-se sempre que é pouco.