16-06-2016 às 10:21
(15-06-2016 às 22:09)LoneRider Escreveu: É pá, mas ninguém ainda aqui falou de um tipo de queda dos mais frequentes!
Cair para o lado!
De preferência em frente a uma esplanada repleta de baybes!
Destas também já tive..... (algures por 1993) também de cinquentinha, numa bomba de gasolina. Apanhei gasóleo.... e automaticamente foi chão (esta o Nelson estava lá e assistiu)! Aliás, eu nem sequer caí, mas apenas a mota. O problema foi ter tocado com a parte de trás da perna acima do calcanhar, no escape quente (*).... passados mais de 20 anos essa queimadura ainda cá está mais ou menos aparente.
Outra não chegou a ser queda.... mas quase. Talvez algures por 1996/1997 (trabalhava num extinto concessionário Honda), e com uma VFR750 de um cliente, que iria levar para a oficina (que distava cerca de 1 km do stand), a fazer "marcha-atrás", a bota esquerda resvalou-me em gravilha que havia no alcatrão e a moto inclinou. Chegou ao "no return point", e estava naquele ponto exacto que ainda a conseguia aguentar, para não ir logo ao chão, mas também já não a conseguia levantar, derivado da inclinação. A fazer força para a aguentar, e como ela estava a trabalhar, acidentalmente acelerei em ponto morto, e foi a minha safa, pois o ruído alertou o mecânico que também lá estava, e correu para me ajudar a endireitar a mota, agarrando-a pelas pegas do pendura. Grande susto, ainda mais com uma mota de um cliente.
(*) Sim, estava de calções, mas antes que comecem com os sermões habituais sobre segurança, lembrem-se que isto se passou há mais de 20 anos, de 50cc e num tempo em que as mentalidades e posturas em torno da segurança, bem como o uso de equipamento, eram completamente diferentes (usava-se capacete apenas porque era obrigatório).
Hoje não descuro todo o equipamento de segurança.
(15-06-2016 às 22:26)vindaloo Escreveu: Ainda ninguém referiu as quedas que fazem mesmo mesmo mesmo mossa:
As em que o nosso pendura (em geral alguém que nos é querido) se aleija.
Não se passou comigo, mas ao meu lado (já contei algures aqui no fórum). Um acidente a que eu, o Nelson e um amigo nosso, assistimos, a poucos metros (íamos cada um na sua moto, nós também com as nossas penduras, na via da direita e o acidente deu-se ao nosso lado, na via da esquerda), por alturas da concentração de Faro, e ainda mais no tempo em que não se usava capacete durante os dias da concentração (e as autoridades fechavam os olhos ao facto).
O condutor e a pendura da mota em questão (uma thundercat), também ambos sem capacete, em plena aceleração, chocaram contra a traseira de um carro que abrandou de repente.... depois de umas quantas cambalhotas no ar e da queda, ela ficou bem pior que ele, e não aparentava nada bom estado até entrar na ambulância. Nunca mais soube como ficaram, desde o mommento em que foram levados para os hospital.... mas ainda hoje a imagem da cena continua bem presente na minha mente.
(15-06-2016 às 23:05)marco.clara Escreveu: Ui... quedas... por onde começar...
Posso dizer que fui apresentado ao mundo das quedas aos 17, cerca de 1 ano depois de começar a andar de mota. Já agora, para os que ainda não caíram como diz o Lone, este período de aproximadamente 1 ano isento de quedas assim que se tira a carta e/ou começa a andar é mais ou menos normal. Quando se começa a ganhar confiança é que as quedas têm a tendência a acontecer. Portanto, não sei precisar quantas vezes ao certo caí ainda com a minha primeira DT, enquanto ainda era adolescente e imortal.
Mais tarde, e como vamos crescendo, apercebemo-nos que afinal não somos imortais. As quedas começam a doer mais. O corpo demora mais tempo a recuperar. As cilindradas foram aumentando ao longo do tempo, o número de quedas reduzindo, mas volta e meia, ainda acontecem. Também já caí de diveras formas, por diversos motivos, em diversas circunstâncias.
Perguntas relevantes:
Conduzo de maneira diferente devido às quedas que tive?
Sim, sem dúvida.
Cair afeta a moral?
Sim. Quando caímos a nossa moral é sempre afetada, quer seja uma queda "parva" (ex.: deixar cair a mota em frente a uma esplanada cheia de "babes") ou uma "inevitável" (há quem defenda que nenhuma é inevitável). Admito que hoje em dia sou mais moderado, não me "estico" tanto como antes, e por isso tenho umas "chicken stripes" de meio palmo nos pneus.
Já pensei em desistir de andar de mota, devido a uma queda?
Sim, sem dúvida. Já cheguei a falar nisso por aqui pelo fórum.
Já desisti?
NÃO!
A derradeira pergunta:
Qual o melhor processo mental que ajuda a recuperar a confiança?
Para além da técnica de "voltar a montar o cavalo assim que se cai", se isso não for suficiente devemos fazer algo mais. No meu caso, e na sequência da minha "queda" mais recente, decidi fazer um curso de condução defensiva, que me ajudou a ultrapassar o pensamento de deixar de andar de mota. O dito curso durou apenas uma tarde, mas foi o suficiente para me fazer repensar o assunto, mudar novamente a minha forma de conduzir e consequentemente alcançar o objetivo pretendido: deixar-me de merdas e continuar a andar de mota, o que faço praticamente todos os dias.
No final, cada pessoa terá formas diferentes de lidar com estas situações. Para alguns basta pegar na mota novamente, verter uma lágrima pelos tupperwares riscados, ignorar o ardor da abrasadura no lombo e seguir viagem. Para outros, será necessário um pouco mais. Qualquer que seja o caminho, o que é importante é percorrê-lo.
Muito bom Marco.... Pertinente, elucidativo e coerente!