Indícios de que és um principiante!
#81

(25-11-2016 às 13:55)pedromt07 Escreveu:  Nota-se muito  que afino a folga da  corrente é ao meter a primeira. Com a corrente esticada entra muito mais suave. E acho que o que dfelix disse faz sentido, eu pelo menos quando estico a corrente sinto a caixa mais "suave".

Enviado do meu Aquaris M5 através de Tapatalk

Ainda não tenho experiência suficiente em motas com corrente para poder afirmar uma relação de causa-efeito. Por incrível que pareça, tirando a mais recente (nas minhas mãos) Honda CB 350, nem a Pan European, a CX 400 ou a DragStar são de corrente. A Alazzurra é de corrente, mas está no estaleiro, e ainda não foi conduzida rolleyes

Honda CX 400 '83 Eurosport
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#82

(24-11-2016 às 18:50)xiko_dsg Escreveu:  
(24-11-2016 às 18:40)MuscleCruiser Escreveu:  E de repente passamos a dissertações de mecânica...  thumbsdown

Vá lá, cenas de principiante, pessoal!

Quais os erros de principiante que cometeram e hoje transmitem para que outros não o façam?

PS: vá, vamos assumir que o "principiante" é aquele condutor com poucas horas de condução...

Os que tive no inicio que acho que vão directamente ao encontro do que estás a pedir:

1) Tentar ligar a mota com o kill switch (corta-corrente?);
(...)
3) Meter a mota de frente numa rua a descer (trabalheira para a puxar para trás  lol );
1) Eu comprei a mota antes de fazer exame de condução. Na noite em que ela veio para minha casa peguei na máquina fotográfica e fui ao outro lado do bairro tirar umas fotos numa zona bonita para enviar aos meus amigos. Era de noite as fotos iam ficar brutais com os mínimos acesos. Quando fui para arrancar carregava no start e nada acontecia... só acendia a luz do óleo, mas ela também acendia enquatno a mota não pegava, portanto estava tudo bem, pensava eu... "As tantas é da bateria... FFFuuuuuuuUUUuuu"
Verifiquei se estava em ponto morto, verifiquei se o descanso estava bem para cima, carregava na embraiagem e nada... aquilo era meio a descer e toca de tentar pegar de empurrão... nada...
Até que me lembrei: "Será que o KillSw está com mau contacto?" e fiz ON->OFF numa tentativa de curar o mau contacto... mas depois parei, pensei, disse uma carrada de palavrões, meti em ON e arranquei! lol 


3) LOOOOOL..... Que vergonha... Tive de pedir ajuda... Nunca mais me aconteceu... Curiosamente também ainda não tinha carta, ia fazer exame daí a meia dúzia de dias. Fui a casa de um amigo meu que é aqui a 200 metros, armado em pavão para lhe mostrar a mota lol
Só me lembro destas noobices. Acho que não fiz muitas mais. Enquanto estava a tirar a carta eu via muitos vídeos no youtube para principiantes, portanto quando agarrei na mota a sério já tinha muita teoria e já levava um avanço em comparação com quem começou há mais de 10 anos quando não existia este tipo de tecnologia... smile

XJ 600 Diversion Owner!
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#83

(25-11-2016 às 17:32)MrOverclock Escreveu:  1) Eu comprei a mota antes de fazer exame de condução. Na noite em que ela veio para minha casa peguei na máquina fotográfica e fui ao outro lado do bairro tirar umas fotos numa zona bonita para enviar aos meus amigos. Era de noite as fotos iam ficar brutais com os mínimos acesos. Quando fui para arrancar carregava no start e nada acontecia... só acendia a luz do óleo, mas ela também acendia enquatno a mota não pegava, portanto estava tudo bem, pensava eu... "As tantas é da bateria... FFFuuuuuuuUUUuuu"
Verifiquei se estava em ponto morto, verifiquei se o descanso estava bem para cima, carregava na embraiagem e nada... aquilo era meio a descer e toca de tentar pegar de empurrão... nada...
Até que me lembrei: "Será que o KillSw está com mau contacto?" e fiz ON->OFF numa tentativa de curar o mau contacto... mas depois parei, pensei, disse uma carrada de palavrões, meti em ON e arranquei! lol 


3) LOOOOOL..... Que vergonha... Tive de pedir ajuda... Nunca mais me aconteceu... Curiosamente também ainda não tinha carta, ia fazer exame daí a meia dúzia de dias. Fui a casa de um amigo meu que é aqui a 200 metros, armado em pavão para lhe mostrar a mota lol
Só me lembro destas noobices. Acho que não fiz muitas mais. Enquanto estava a tirar a carta eu via muitos vídeos no youtube para principiantes, portanto quando agarrei na mota a sério já tinha muita teoria e já levava um avanço em comparação com quem começou há mais de 10 anos quando não existia este tipo de tecnologia... smile

Eu também me fartei de ver vídeos de tudo e mais alguma coisa no youtube, o facto é que a experiência é que fica marcada no cérebro lol
Mas depois de 1 ou 2x já não repetes mais e sempre ficas com uns episódios para contar, faz parte da experiência de andar de mota lol

Ex Suzuki GS500
Ex Yamaha YZF600R - Thundercat
Ex Yamaha R1
Suzuki GSX-R 750
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#84

Uma vez a mota desligou se em andamento, alias aconteceu mais que uma vez mas dessa vez eu ainda pco percebia. Encostei a mota, mexi nela pra ai 20m, aqui e ali e acola enquanto dava ao kick trinta mil vezes e nada, la me manquei que a mota tinha berrado. Fiz 7km a pata debaixo de um sol do crl, xeguei a casa a pingar suor ate mais nao, para depois mais tarde descobrir que a torneira da reserva devia estar virada para cima em vez de ser pra baixo! tong
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#85

Voltando ao assunto da corrente vs caixa.
Eu não sou especialista nem dono da verdade absoluta, mas tendo em conta a minha formação (mais um pouco de leitura por gosto), posso dizer que a folga/estado lastimável da corrente pode de facto influenciar a suavidade da caixa.

Por razões sobretudo de espaço as caixas das motas são mais "arcaicas" e simples que as dos carros. Duas das consequências dessa maior simplicidade são o facto da caixa ser sequencial (tens de passar por todas as mudanças) e a outra é não serem sincronizadas (pelo menos as mais simples).
(Uma terceira que não sei se se aplica à generalidade, mas que se aplica às mais simples é o facto das engrenagens terem dentado recto em vez de helicoidal, que por si só é uma transmissão mais bruta e menos precisa).

Uma transmissão não sincronizada implica (teoricamente) que o operador seja mais preciso na passagem de caixa, isto é que arranje maneira do veio secundário rodar aproximadamente às mesmas rpm´s que o veio primário. Se fizermos isso a embraiagem até é dispensável nas passagens de caixa... e isso é relativamente fácil de fazer a subir de mudanças (principalmente numa condução mais entusiasmada).

Eu acho que isto até um principiante sabe, mas para tirar as duvidas... Ao engrenar-mos uma mudança não estamos a engrenar as engrenagens, mas sim a engrenar os selectores que fazem com que a força passe a ser transmitida por um novo par de engrenagens.
Os selectores movimentam-se axialmente e rodam solidários com o veio em que estão, "entram de lado na engrenagem" e obrigam-na a rodar solidaria com o veio e com o selector.

Isto funciona tudo melhor a rodar e a velocidades semelhantes, para os encaixes entrarem rapidamente e de forma limpa.
A transmissão por corrente por si só já tem uma variação na velocidade (que é tanto maior quanto menor o nº de dentes do pinhão). A velocidade media é constante mas a velocidade instantânea é sinusoidal (muito pequenas variações, imperceptíveis para nós, mas em teoria isto está provado e é provocado pelo facto da corrente ter partes rígidas, isto é as malhas rodam umas sobre as outras mas a malha em si é rígida).
Uma corrente meia fornicada, com demasiada folga torna estas variações piores e pode dificultar a passagem de caixa (não esquecer que cortamos gás, reflecte-se sempre em alterações de força na corrente). Nota-se mais para menores velocidades e rotações do motor.

Uma corrente muito esticada além de ser mau para a corrente, não tem muita capacidade para absorver choques, pode implicar meter os apoios do veio em esforço e dificulta a engrenagem de mudanças sobretudo parado.

Tenho todo o gosto em tentar explicar melhor à beira duma mesa, por aqui não consigo fazer muito melhor.

(P.S. Neste momento o que eu faço da vida é fazer correntes, mas ainda assim não pesco grande coisa disto tong )
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#86

Cabs, vou para ali digerir isso tudo e já volto.

thumbsup
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#87

(25-11-2016 às 03:56)dfelix Escreveu:  
(25-11-2016 às 03:10)LoneRider Escreveu:  Neste caso, a caixa vai continuar a desmultiplicar a força que lhe chega tenha ou nao transmissao secundaria acoplada à caixa e se ela tem um accionamento duro e impreciso, vai ter esse comportamento seja com uma corrente, correia ou veio que este presente na transmissao secundaria.

Um accionamento impreciso é quando ocorre ao calhas..
Ora tá duro, ora tá mole. Por vezes até salta nas passagens.
Corrente afinada... e fica ok. Como explicas isto?

Eu não tenho nenhuma explicação cientifica. Muito menos religiosa.
É um facto. E não me venhas com a m**** das sapatilhas.  smile

Explica-se facilmente : Folga nos rolamentos do veio do pinhão de ataque , e isso sim influencia o funcionamento da "caixa" derivado á "força" exercida pela corrente , num caso normal , não , não e não , é mecânica básica , o único factor que força a passagem de mudança é a rotação do veio ou dos carretos internos e esses é que funcionam mal se os rolamentos de apoio tiverem folga, a corrente por fora , esteja larga , com folgas , não causa nenhuma obstrução (poderá num caso extremo obstruir se estiver demasiado apertada , mas ai tanto obstrui no veio do pinhão como na própria roda de tração,  fora isso , para a parte interna o único que gera é única e exclusivamente : rotação , esteja ela bem ou mal oleada , larga ou gasta.
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#88

(25-11-2016 às 21:18)cabs Escreveu:  Voltando ao assunto da corrente vs caixa.
Eu não sou especialista nem dono da verdade absoluta, mas tendo em conta a minha formação (mais um pouco de leitura por gosto), posso dizer que a folga/estado lastimável da corrente pode de facto influenciar a suavidade da caixa.

Por razões sobretudo de espaço as caixas das motas são mais "arcaicas" e simples que as dos carros. Duas das consequências dessa maior simplicidade são o facto da caixa ser sequencial (tens de passar por todas as mudanças) e a outra é não serem sincronizadas (pelo menos as mais simples).
(Uma terceira que não sei se se aplica à generalidade, mas que se aplica às mais simples é o facto das engrenagens terem dentado recto em vez de helicoidal, que por si só é uma transmissão mais bruta e menos precisa).

Uma transmissão não sincronizada implica (teoricamente) que o operador seja mais preciso na passagem de caixa, isto é que arranje maneira do veio secundário rodar aproximadamente às mesmas rpm´s que o veio primário. Se fizermos isso a embraiagem até é dispensável nas passagens de caixa... e isso é relativamente fácil de fazer a subir de mudanças (principalmente numa condução mais entusiasmada).

Eu acho que isto até um principiante sabe, mas para tirar as duvidas... Ao engrenar-mos uma mudança não estamos a engrenar as engrenagens, mas sim a engrenar os selectores que fazem com que a força passe a ser transmitida por um novo par de engrenagens.
Os selectores movimentam-se axialmente e rodam solidários com o veio em que estão, "entram de lado na engrenagem" e obrigam-na a rodar solidaria com o veio e com o selector.

Isto funciona tudo melhor a rodar e a velocidades semelhantes, para os encaixes entrarem rapidamente e de forma limpa.
A transmissão por corrente por si só já tem uma variação na velocidade (que é tanto maior quanto menor o nº de dentes do pinhão). A velocidade media é constante mas a velocidade instantânea é sinusoidal (muito pequenas variações, imperceptíveis para nós, mas em teoria isto está provado e é provocado pelo facto da corrente ter partes rígidas, isto é as malhas rodam umas sobre as outras mas a malha em si é rígida).
Uma corrente meia fornicada, com demasiada folga torna estas variações piores e pode dificultar a passagem de caixa (não esquecer que cortamos gás, reflecte-se sempre em alterações de força na corrente). Nota-se mais para menores velocidades e rotações do motor.

Uma corrente muito esticada além de ser mau para a corrente, não tem muita capacidade para absorver choques,  pode implicar meter os apoios do veio em esforço e dificulta a engrenagem de mudanças sobretudo parado.

Tenho todo o gosto em tentar explicar melhor à beira duma mesa, por aqui não consigo fazer muito melhor.

(P.S. Neste momento o que eu faço da vida é fazer correntes, mas ainda assim não pesco grande coisa disto  tong )

Uma caixa dura, sem sincronizadores, se o diferencial de rotaçao for muito elevado é impossivel fazer qualquer passagem.
É por isso que, para quem sabe e trabalhou com as caixas Fuller, que as "duplas" sao cruciais para a vida util da caixa e para a saude do operador.
Salvo caixas como as Dual Chutch da Honda, uma grande maioria das caixas das motos sao duras, por questoes de peso e simplicidade do mecanismo.

Apesar de entender e perceber os teus argumentos, existem motos que tem caixas mais duras no seu accionamento que outras, algumas inclusive com falsos mortos e um funcionamento ruidoso.
Uma corrente mal afinada faz que tudo isto se agrave em que dimensao!?
Passara a haver 5 falsos mortos a cada 100km?
Arranha mais mudanças? Podes quantificar as arranhadelas?

E se for uma caixa de manteiga como sao as da Suzuki?
Passa a ter falsos mortos?
Passa a arranhar as passagens de 3 a 4?

Existem realmente uma explicaçao mecanica para isso?

I just don't run with the crowd!

www.loneriderendlessroad.com
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#89

Como disse é dificil tentar explicar melhor por aqui...

Não uma corrente mal afinada não é caso para tornar uma caixa boa num bicho de sete cabeças, mas é o suficiente para fazer sobressair uma caixa que por si só já não vai lá com meiguices ou tornar uma caixa normalmente suave em algo como o que muitos estavam a descrever.

Repara:
No preciso momento (e durante essa pequena fração) em que apertas a embraiagem, a rotação do veio primário, das engrenagens e selectores solidárias com este depende directamente do motor (com uma eventual relação de redução primaria pelo caminho, mas irrelevante para o caso). Por sua vez nesse tempo a totação do veio secundário, engrenagens e selectores solidários a esse veio, depende da velocidade do pinhão de ataque, este depende da roda de trás pela "mediação" da corrente.
Se isto não fosse tudo muito rápido, não existisse alguma inercia dos componentes e a corrente tivesse 5km de folga, até anularmos a dita folga (e a roda de trás fazer de novo rodar o pinhão) o veio secundário até podia estar parado.

Na pratica o que acontece é que, por mais que seja rapido, em algumas caixas consegue-se notar a pequena instabilidade provocada pela folga e o selector custa mais a "escorregar".

Os falsos pontos mortos duvido muito que venham dai, isso é mesmo culpa natural da caixa, embora talvez possa ajudar (não sei mesmo). Agora custarem um bocadinho mais a entrar é normal.
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#90

[Imagem: o9RW5ge.jpg]

Só para ilustrar, na precisa fracção em que vais meter mudança e apertas a embraiagem a força exercida na corrente deixa de ser feita pelo pinhão (situação a azul) e passa a ser feita pela cremalheira (laranja), isto porque nesse instante o pinhão e veios secundários passam a estar "livres" e têm comparativamente muito menos inercia que a roda/cremalheira e corrente.

Como isto é rápido, eu não sei se na pratica a situação chega a ser comandada pela roda, mas o que é facto é que quanto maior a folga da corrente mais facil é teres aquele bocadinho em que, para além da inercia, nada está a fazer força para rodar o veio secundário. Naturalmente mesmo que pouco, um cagachinho a menos ou a mais de rotações podem fazer o selector escorregar menos bem.

E vou-me calar, não consigo mesmo explicar melhor
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