(19-06-2017 às 15:32)OFFICER Escreveu:  Claro que é. Até porque se o estado quiser intervir, não pode porque é privado.

Enganas-te, não é por ser privado que o estado não pode intervir... ele intervém e manda-te a factura...

(19-06-2017 às 15:32)OFFICER Escreveu:  Aliado ao privado, está o abandono que por muito que se queira agir, não é possivel.

Nestes casos o Estado intervém, manda-te a factura e se não fazes nada fica-te com as terras.

Carlos pá!
Para isso temos que falar do que não sabemos.
Na floresta existem muitos interesses, que estão mais ou menos identificados.
Para começar temos uma corpo de guardas florestais que tem poucos recursos e pouca capacidade de acção.
Depois um corpo de bombeiros voluntários que, pelo simples facto de serem voluntários são difíceis de coordenar. Ainda nos bombeiros temos as dificuldades normais, a nível de equipamentos e formação dos bombeiros (recordo  que é voluntario).
A isto juntamos a protecção civil que é algo tão invisível que quem dá a cara quase sempre são os bombeiros (uma vez mais).
O ministério da agricultura, que tutela a coisa, deveria criar um plano monotorizasse a actividade económica nesta área, que identificasse os interesses e que instaurasse inquéritos nestes casos, não só porque morreu muita gente, mas também porque existe uma extensa área ardida.
Existem nos nossos quartéis militares meios que estão ao abandono que se destinam ao combate aos incêndios, os próprios militares juram servir e proteger a pátria (tudo muito lindo) no entanto o ornamento jurídico confina-os a estar dentro dos quartéis.
É que tal criar um regimento de emergencias militar com vista isto e muito mais?

E fico-me por aqui porque as respostas podemos encontrá-las na área privada.
Em muitos casos, e não digo que seja este (tudo aponta a causas naturais), os interesses instaurados, seja da indústria de transformação, seja dos gajos das hélices, são a ignição para que as florestas ardiam sistematicamente a cada verão.

(19-06-2017 às 15:32)OFFICER Escreveu:  

(19-06-2017 às 15:23)nunomsp Escreveu:  

(19-06-2017 às 15:12)OFFICER Escreveu:  Ainda agora li um artigo onde referia, Portugal, o único País do mundo onde 97% da floresta é privada. Enfim.

http://rr.sapo.pt/noticia/86597/e_precis...pecialista

E isso é mau?

Claro que é. Até porque se o estado quiser intervir, não pode porque é privado.

Aliado ao privado, está o abandono que por muito que se queira agir, não é possivel.

Não quer dizer que o estado tenha tentado intervir, mas caso quisesse, também não podia.

Eu acho que precisamente por ser privado é que havia de estar muito mais controlado.

Não existe é uma fiscalização adequada.

Tens algumas (poucas) regras que ditam a limpeza das matas etc.

Ora se são privadas, porque não fiscalizar essas limpezas e aplicar coimas duras aos proprietários?

Tal como tem vindo a acontecer o estado tem expropriado algumas propriedades abandonadas. 

Se o propritário é desconhecido ou não tem condições para limpar, o estado que lhe pague um valor e fique com esse ónus.

Fiscalização apertada dava alguma resultado...pena as do estado tb estarem como estão em alguns casos.

A minha crítica neste caso não é tanto direcionada para o combate ao incêndio em si ou para a prevenção. Este problema não é novidade, infelizmente.

A novidade é a ineficácia em proteger as pessoas. Os bens materiais podem ser repostos, as vidas não.

Pois mas aparentemente os acesso estão tão dificeis que os bombeiros têm dificuldade em se mover mais rápido que o fogo.

Isto também pode acontecer por plantarem tudo e mais alguma coisa junto a habitações e estradas de acesso. Quantas aldeias só têm uma estrada de acesso? Basta essa estrada ficar repleta de árvores caídas que vai atrasar tudo.

Prevenção.....e até deveria ser de foro local.

Apuramento pelas freguesias e depois escalado aos municipios para resolução.

(19-06-2017 às 15:50)OFFICER Escreveu:  Pois mas aparentemente os acesso estão tão dificeis que os bombeiros têm dificuldade em se mover mais rápido que o fogo.

Sempre foi assim... inevitável... os homens fazem o que podem...

(19-06-2017 às 15:50)OFFICER Escreveu:  Isto também pode acontecer por plantarem tudo e mais alguma coisa junto a habitações e estradas de acesso. Quantas aldeias só têm uma estrada de acesso? Basta essa estrada ficar repleta de árvores caídas que vai atrasar tudo.

Errado... o deixarem de plantar e de tratar e cultivar a terra é que torna perigoso tudo isto face aos incêndios.

Neste caso em concreto foi o conjugar de factores determinantes e pouco usuais que levou ao que vimos ...

Embora muita da população não respeite o que está definido em portaria e publicado nos editais e em muitos casos até divulgado pessoalmente.

Então e é disso que falo. Se junto a estradas e casas não exista arvoredo ou o que exista seja controlado, não há situações tão complicadas. Viste bem como é aquela nacional onde morreram pessoas? Só falta haver árvores com copas por cima da estrada.

Aconteceu o que seria evitável ali, se as árvores estivessem controladas a pelo menos 50 metros das bermas. Não é isso que supostamente "manda a lei"?

(19-06-2017 às 16:11)OFFICER Escreveu:  Então e é disso que falo. Se junto a estradas e casas não exista arvoredo ou o que exista seja controlado, não há situações tão complicadas. Viste bem como é aquela nacional onde morreram pessoas? Só falta haver árvores com copas por cima da estrada.

Aconteceu o que seria evitável ali, se as árvores estivessem controladas a pelo menos 50 metros das bermas. Não é isso que supostamente "manda a lei"?

A responsabilidade da manutenção dessas estradas é das Câmaras Municipais, e estendem-se até uns bom metros do eixo das vias, consoante o tipo de via, chega até a ter o dobro da faixa de rodagem.

O tipo de arborização a escolher é também da responsabilidade dos Municípios... o que faz com que muito provavelmente obrigue ao Municipio a ter um Eng. Agrónomo ou florestal na folha de pagamentos, o que raramente acontece... porque não há cabimento para tal...

Essas árvores junto à estrada muitas vezes servem o propósito de manutenção dos taludes e sua consolidação... que após alguns anos, devem ser cortados e substituidos por outro tipo de vegetação.... isto é tudo muito bonito... mas custa muito dinheiro.... e o dinheiro anda-se a gastar noutras coisas...

Em Portugal, existe legislação suficiente e mecanismos suficientes para que tudo possa correr bem.... o problema é que não há dinheiro segundo eles, e cumprir o que está estabelecido em portarias e diplomas legais... ás vezes torna-se muito difícil.... e ambíguo... pois muitas vezes a lei prevê, mas não define... remetendo para o Município a responsabilidade de bem fazer... e não avento o técnico competente para o fazer... a lei vai ficando na gaveta até se conseguir contratar alguém....

E se no meio disso tudo a floresta arde, é quase impossível apurar a responsabilidade porque não existem responsabilidades políticas ou é quase impossível demonstrar que o político não tinha um técnico por não geriu bem os recursos do município.
É assim morrem pessoas, sem que se apitem responsabilidades e que os possíveis responsáveis passem impunes!