Validade de Capacetes
#21

(01-07-2015 às 18:02)dfelix Escreveu:  Não entendi o objectivo do tópico!

Estão a sugerir que uma seguradora pode se "recusar a pagar" porque.. o capacete está fora do prazo?

Recusar a pagar o quê?
O capacete?
Os danos causados pelo responsável do acidente?
Os danos próprios no caso de seguro contra todos os riscos?

E qual a legislação em torno do capacete?
Onde posso saber que legalmente o meu capacete está fora do prazo? Estive aqui a confirmar e o meu Suomy não tem qualquer indicação nem de ano de fabrico nem de prazo!

Pelo que interpretei, esta questão dos "prazos" é algo definido pelo fabricante como tempo de vida útil perante utilização regular, e mesmo é muito relativo...

dfelix, respondendo às tuas perguntas uma a uma:

1. os objetivos do tópico são falar sobre o conceito da validade dos capacetes e da prática das seguradoras relativamente à indemnização de equipamento danificado;
2. não estou a sugerir, estou a afirmar que a seguradora se pode "recusar a pagar", o que obviamente não inviabiliza que a coisa se possa levar a tribunal onde, aí então, tudo pode acontecer;
3. no caso em concreto refiro-me à recusa de pagar o capacete (se for o caso e de acordo com apuramento de responsabilidades prévio no sinistro);
4. a legislação em torno do capacete e respetiva validade é um dos assuntos principais deste tópico, já que aparentemente não existe regulamentação clara sobre este tema;
5. à partida todos os capacetes (a não ser que sejam da loja do chinês) deveriam trazer um selo ou etiqueta com a data de fabrico/validade; pode eventualmente estar oculta por baixo do forro, por exemplo. O teu Suomy não deverá ser exceção;
6. relativamente ao que determina os prazos e à relatividade desses critérios, é precisamente mais um dos assuntos principais do tópico.

Espero ter clarificado as tuas dúvidas, e que o tópico se tenha tornado um pouco mais interessante para ti... smile
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#22

(02-07-2015 às 01:44)cfrade Escreveu:  
Citar:
(01-07-2015 às 18:02)dfelix Escreveu:  E qual a legislação em torno do capacete?
Onde posso saber que legalmente o meu capacete está fora do prazo? Estive aqui a confirmar e o meu Suomy não tem qualquer indicação nem de ano de fabrico nem de prazo!

Ora bem, do que me lembro da passagem pela escola de condução, sim o capacete tem validade. Agora qual é, pois não sei.
Dei uma vista de olhos pelo site do imtt e não fiquei mais esclarecida, mas vou tentar conseguir mais informações.

Tem de existir algures um enquadramento legal da coisa (mesmo que seja tão absurdo quanto o exame de código para motociclos).

Há marcas que especificam/recomendam a troca ao fim de 'x' anos, o que até faz sentido, pois os materiais sofrem degradação e perdem propriedades só pelo facto de existirem, e tanto mais quanto mais intensiva for a sua utilização. O meu capacete não tráz qualquer indicação nesse sentido, mas pelo uso que lhe dou (4 anos e picos, 44000km de boa vida), mandam as regras do bom senso e algum amor à vida que o troque o quanto antes.

É exatamente isso - um jogo de números baseado em esgotar a paciência das pessoas. No meu caso, se quisessem enveredar pela recusa de pagamento por causa do prazo, podiam tê-lo feito. Ainda assim deram-me um valor mais baixo que o da compra para o assunto ficar por aqui. E eu aceitei. Até porque, sinceramente, dois meses depois do acidente e de tudo o que este envolveu, a paciência está próxima de 0... smile
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#23

(01-07-2015 às 14:27)marco.clara Escreveu:  
(01-07-2015 às 14:18)Cloud Escreveu:  Não paga, por exemplo, a jante lascada de bater nos passeios, ainda que a batida seja do mesmo lado (desde que se veja perfeitamente a diferença).

Não é bem a mesma coisa. A questão é mais do género: se partires uma jante num acidente, mesmo que ela estivesse riscada (por ser antiga), pagam-te uma nova, não te pagam metade da jante devido a desvalorização da mesma. Também não colocam uma jante nova e a seguir reproduzem os riscos para ficar como estava.

Se tens um capacete "velhinho" e se o partires ou danificares num acidente, qual é a lógica de te pagarem só metade ou eventualmente não te pagarem nada por já ser antigo? Como disseste no início e bem, concordo que isto é simplesmente "mais uma daquelas coisas das seguradoras".

E dou-te razão. É complicado, é cada um a puxar para o seu lado. Agora uma coisa é certa, se, como já disseram, não estiver no capacete nem em mais lado nenhum a validade do mesmo, a seguradora não tem como se recusar ao pagamento do mesmo.. Ou por outra, tem, vai sempre fazer o jogo do empurra, mas não vai ter nada legal por onde se agarrar.

O problema é mesmo alguém avançar com a seguradora para tribunal por causa disso. Por menos de 1.000€ são raras as vezes que compensa ir para tribunal seja com o que for. Vai-se gastar outro tanto só para abrir o processo que mais vale estar quieto e fazer como o marco fez, negoceia um valor intermédio e não se chateia mais..
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#24

(01-07-2015 às 22:26)tkm_[pt] Escreveu:  Isso da seguradora recusar pagar não é nada novo. Eles sabem bem que se começarem a por entraves nos pagamentos, muitas pessoas ficam fartas e, com a falta de paciência para tal, aceita o que a seguradora paga.
São poucos os casos em que as pessoas continuam a persistir no pagamento devido e são uma percentagem mínima os que avançam com um advogado/processo em tribunal para receber o devido.
É tudo um jogo de números e as seguradoras são prós a jogar isso.

Quanto os capacetes, acho que estão a confundir o prazo de 5 anos como um prazo de validade em vez do que esse prazo realmente é: uma recomendação.
O capacete não vai deixar de funcionar no momento em que faz 5 anos. Ele apenas não vai ser tão eficaz como um capacete novo.
Além disso, após 5 anos, o interior já não é tão firme e pode já ter folgas que tornam o encaixe um pouco folgado.

É por isso que as marcas/institutos recomendam a sua troca a partir dos 5 anos.

No meu caso o perito também fez questão de referir que a seguradora iria ficar com todo o material (capacete, casaco, luvas). Disse-lhe que se quisesse podia levar já tudo, já que efetivamente não tenciono usar mais o capacete pelos motivos que também referes. Contra mim falando (que aceitei os valores propostos pela seguradora) se mais pessoas tivessem a postura que tiveste no teu caso, talvez as seguradoras melhorassem o seu modus operandi nestas situações...
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#25

Qualquer bem de consumo tem necessariamente de ter indicações ou recomendações quanto à duração, capacidades e limites, da parte dos seus fabricantes (consoante o fim), para que ilibe estes de usos mais abusados, em que depois o cliente venha imputar a culpabilidade por qualquer ocorrência fora do normal, no fabricante.

Por exemplo, uma top case tem de trazer sempre advertências quanto à velocidade e peso máximo comportável, pois haverá sempre um chico esperto que a vai usar a 250 km/h transportando uma bigorna lá dentro. E depois quando aquilo parte (aonde é que isto me é familiar, tirando a parte da velocidade e da bigorna lol ), ele vai sempre dizer que a culpa foi do material.
O mesmo se passa com um capacete... existem as ditas recomendações, de modo a que esse mesmo chico esperto não use o capacete indefinidamente no tempo, vá nadar com ele (também me é familiar), ainda sirva de suporte a uma tábua na garagem que faz de prateleira, e depois um dia, quando o capacete é mesmo solicitado para a sua função, abre-se ao meio e o chico esperto parte os "cornos" contra o alcatrão e diz que a culpa é do fabricante.
Um pneu, ao final de 5 anos, também convém trocar, por estar ressequido, endurecido e deformado, por mais rasto que tenha. Mas a lei fala apenas na altura mínima do rasto.

Eu já comi iogurtes fora de prazo, e não estavam estragados.... mas se não tivessem uma data de caducidade, pela qual é razoável o produto se deteriorar, alguém os iria guardar no frigorífico, e passados dois anos, lembrar-se-ia que tinha lá iogurtes, e vai de se alambazar com eles. E depois a culpa da intoxicação alimentar seria sempre imputável à Danone!  lol

Não há anormais que culpam e até processam as tabaqueiras pelos seus cancros de pulmão, e (incompreensivelmente) alguns deles até ganham essas acções judiciais? Dizer nos maços que o tabaco provoca cancro e mata acaba no fundo por ser uma forma das tabaqueira se ilibarem de consequências à posteriori.

Não se admirem qualquer dia que as motos também tragam aviso semelhantes.

[Imagem: QKmafvp.png]
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#26

No mercado americano, isto é levado muito a sério... e os manuais explicam tudo e mais alguma coisa... mas há sempre algo que escapa...

[Imagem: SM4eYt9.png]
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#27

Uma coisa é alertar outra é proibir/obrigar.. Pouco a pouco lá se vai a nossa liberdade.. E o pior é que nos fazem acreditar ser o melhor para nós..
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#28

Um sacapete com mais de 5 anos de uso é um perigo pá!
Mas claro, como o pessoal usa o dito cujo para por em cima da mesa da esplanada e vangloriar-se de que tem uma mota (que estas morta de nojo de tanto tempo parada na garagem) acho que se pode ampliar o prazo de recomendação por mais umas semanas. ...

I just don't run with the crowd!

www.loneriderendlessroad.com
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#29

Pergunto eu que não percebo nada disto,

Qual será mais perigoso?

Um Capacete topo de gama(Arai, AGV, etc) com 10 ou 15 anos em bom estado, ou um capacete novo de gama baixa, daqueles que se compram na SportZone ou na Norauto que eu nem sei a marca?
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#30

(05-07-2015 às 20:39)jpinhas Escreveu:  Pergunto eu que não percebo nada disto,

Qual será mais perigoso?

Um Capacete topo de gama(Arai, AGV, etc) com 10 ou 15 anos em bom estado, ou um capacete novo de gama baixa, daqueles que se compram nnoa SportZone ou na Norauto que eu nem sei a marca?

Todos os capacetes homologados passam pelas mesmas provas de impacto.

Um capacete low cost novo oferece mais garantias que um premium com 15 anos.

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