Os Circuitos / Pistas de Portugal
#1

No Skyscrapercity deparei-me com uma excelente thread compilando informações sobre todos os circuitos / pistas que existem ou existiram em Portugal, bem como o seu historial.

Embora nem todos tenham sido palcos para competições motociclísticas, outros porém serviram ou ainda servem como base a algumas provas nos circuitos nacionais de velocidade.

Aqui ficam:

Circuito de Vila do Conde

Vila do Conde recebeu pela primeira vez um circuito de velocidade em 27 de Setembro de 1931. Tinha um perímetro de 1800 metros e um total de 80 voltas pelas avenidas Bento de Freitas, Brasil, Eduardo José Coelho e rua Dr. Andrade Ferreira.
Somente 20 Anos depois do 1º Circuito realizou-se o 2º.
A partir daqui o Circuito era realizado quase ininterruptamente, atraindo milhares de espectadores todos os anos.

[Imagem: O3vaGrc.jpg]

Porém em 2003 os motores calaram-se. Os 2.780m do circuito automóvel de Vila do Conde foram desactivados em prol do programa Polis, e perdeu-se um circuito que fazia a delicia de milhares de adeptos.


[Imagem: MFvMLGS.gif]

[Imagem: Mlwy2m3.jpg]

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/circui...mobilismo/

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Circuito de Vila Real


O Circuito de Vila Real nasceu, em 1931, pela vontade de um grupo de entusiastas locais liderados por Aureliano Barrigas, aproveitando as características de algumas estradas que ligavam o centro de Vila Real às imediações do Palácio de Mateus, num circuito com 7.150m.
Recebeu diversas provas nacionais e internacionais, em especial nas décadas de 60 e 70, com a realização das «6horas de Vila Real» e os «500km de Vila Real».
A partir da revolução de 1974 o circuito entrou em declínio e até 1978 apenas se conseguiram realizar provas de motociclismo nacional, internacionalizando-se em 1989. Mas questões de segurança ditaram o seu fim em 1991.


[Imagem: TI7bdxR.png]

Renascido em 2007, e mantendo boa parte do circuito original, voltou a acolher provas de automobilismo. Escolhido um novo traçado, apenas numa das margens do Corgo, mais curto, com 4.6 km, iniciando-se junto à sede do Clube Automóvel e prolongando-se até à rotunda do Restaurante Mateus, subindo até à rotunda do Palácio, descendo até à Araucária e retomando a Avenida da Europa.

[Imagem: HBqs8XO.png]

O ano de 2009, com a 42ª Edição nos dias 25 e 26 de Julho, marcou o regresso da internacionalização do Circuito de Vila Real. Do programa, incluído no calendário anual da modalidade, fizeram parte pela primeira vez, na gama de clássicos, os campeonatos GTC’71, Campeonato de GT Histórico de Carros Turismo e GT’S fabricados até 1971 e o GTC’81, bem como Viaturas Sport-protótipos da mesma época.

Ainda em 2009, pela primeira vez desde a realização do circuito, a pista de Vila Real recebeu um veículo monolugar de fórmula um. Tratou-se de um Surtees TS9B de 1971, ano em que começou a sua carreira no Mundial de Fórmula 1, e foi pilotado por pilotos conhecidos no meio automóvel, como John Surtees e Derek Bell.

[Imagem: KIbqcap.jpg]

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Circuito de Monsanto

O Circuito de Monsanto era um circuito urbano com 5,440 km de extensão, localizado no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa.
Tinha início na estrada de Queluz, passava pela auto-estrada do Estádio Nacional (actual A5), estrada do Alvito, estrada de Montes Claros (Alameda Keil do Amaral), estrada do Penedo e terminava na estrada dos Marcos.


[Imagem: vRQLfYT.jpg]

Recebeu diversas provas nacionais e internacionais de motos e automóveis, especialmente nos anos 50, incluindo a F1 (2º Grande Prémio de Portugal), em 1959, que se correu ao fim do dia para evitar o intenso calor.

[Imagem: D5V2KVy.jpg]

[Imagem: whqVExn.jpg]

A partir de 1959, o traçado de Monsanto deixou de ser utilizado, passando a ser usada uma versão menor, eliminando assim, o troço de auto-estrada que era usado.
A este novo traçado deu-se o nome de Montes Claros, e foi utilizado de 1962 a 1971, um ano antes da inauguração de um novo espaço para corridas, o autódromo Fernanda Pires da Silva.


[Imagem: iZbra8T.jpg]

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Circuito Vasco Sameiro

O Circuito Vasco Sameiro, também conhecido como "Circuito de Braga", foi construído em 1990, tendo sido inaugurado em 1993. O traçado é corrido no sentido contrário aos ponteiros do relógio, tendo mantido constante a sua configuração desde a sua inauguração. A largura da pista varia entre os 11 e os 14 metros, possuindo 12 curvas, 8 delas para a esquerda e 5 para da direita e tem 6 retas, sendo a reta da meta a maior, com um comprimento de 898 metros.

O traçado rodeia uma pista de aterragem e descolagem e ainda possui um kartódromo utilizado pelo campeonato mundial de karts em 2000 e 2005.


[Imagem: ZMroDhJ.jpg]

A FIA atribuiu o nível 3 na última homologação feita ao circuito, no dia 11 de março de 2008.

A pista de velocidade, que é propriedade de Clube Automóvel do Minho, recebe maioritariamente provas nacionais. Em 2009, recebeu a primeira prova internacional, a quinta edição da Taça Europeia de Carros de Turismo (ETCC).
Fez parte do calendário da FPM para as provas oficiais de motociclismo de velocidade (CNV), até 2016, ano em que vários pilotos renunciarem à participação no evento devido à falta de condições de segurança da pista, motivo que já havia levado à anulação da primeira passagem do Nacional naquele ano pelo circuito nortenho. Acabou a ser retirado em consequência disso.


[Imagem: mRoY5Do.jpg]

[Imagem: K7HALe3.jpg]

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Circuito da Granja do Marquês

Granja do Marquês é o nome dado à base aérea nº1, em Sintra onde, com as devidas alterações, se disputaram algumas provas dos campeonatos nacionais de velocidade e ainda de algumas provas externas.
Em 2007, o PTCC reeditou o local onde há 40 anos se realizavam corridas de automóveis.
No entanto, a falta de condições estruturais de apoio necessárias e a aparente falta de segurança para os espectadores, não abonaram a favor da continuidade da prova no calendário.


[Imagem: u6P77pD.jpg]

[Imagem: HOTLgmS.jpg]

[Imagem: obIHJy8.jpg]

(continua...)

[Imagem: QKmafvp.png]
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#2

Muito fixe!
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#3

Faltam aí os conhecidos circuitos da Roca e do Bombarral lol
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#4

Circuito da Boavista

Desde 1931 que a zona da Boavista, no Porto, assiste a competições automóveis, com a realização dos “quilómetros lançados” durante alguns anos.
O primeiro traçado do Circuito da Boavista, 1933, consistia em duas longas retas nas faixas laterais da Avenida da Boavista, fechadas por duas curvas com um raio de 10 metros. O perímetro total era de 4.100 metros.

[Imagem: hjrJH6L.jpg]

No entanto, o ano de 1950 marcou uma viragem no Circuito da Boavista, que se internacionalizou, surgindo reconfigurado e redimensionado, com um novo traçado de 7.775 metros, que continuava a contar com as obrigatórias Avenida da Boavista e a estrada da Circunvalação.
Com a realização do I Circuito Internacional do Porto dá-se início à segunda fase que se prolonga até 1960. Nesta fase houve dois traçados com pequenas alterações.
Em 1958 realiza-se a primeira prova de F1 e em 1960 a terceira (a segunda teve lugar no Circuito de Monsanto em 1959). Os dois grandes prémios de F1 foram os momentos mais altos da história do circuito, que se despediu das competições pouco depois.

[Imagem: NPTZVtv.jpg]

Após 45 anos em que esteve desactivado, a paixão de um grupo de homens pelo desporto automóvel, permitiu pôr de pé um projecto de âmbito nacional e internacional: o Grande Prémio Histórico do Porto de 2005. As raízes da estrutura física mantiveram-se na zona da Boavista e Circunvalação, onde foram construídas novas infra-estruturas para o efeito.
O novo traçado da Boavista, 2005, com uma extensão total de 4.300 metros, demorou 16 meses a ser preparado. Face ao traçado original, isso permitiu poupar 18 quilómetros de rails de protecção, além de o tornar mas seguro e controlável desportivamente. Situava-se na zona envolvente ao Parque da Cidade do Porto e é constituído pela Avenida da Boavista, Avenida do Parque, Rua da Vilarinha, Rua de Vila Nova, Estrada da Circunvalação, Praça Cidade de S. Salvador, Esplanada do Castelo do Queijo e Praça Gonçalves Zarco.

Mas em 2007, a organização reviu o traçado anterior, alongando-o cerca de 420 metros, passando a fazer um total 4.720 metros. A necessidade de tornar o circuito conforme às normas FIA, exigidas para poder integrar provas como o WTCC, os F1 até 1978 ou a World Sport Masters.

[Imagem: fPombEw.jpg]

[Imagem: vKCRRBm.jpg]

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Circuito da Ota

Aquando da interrupção das corridas no Estoril, para melhoramentos, o campeonato nacional de velocidade teve que realizar temporariamente algumas corridas na base aérea da Ota. A primeira corrida foi realizada a 25 e 26 de Outubro de 1997. O circuito usava as pistas de aviação com barreiras de plástico e betão.
A última corrida aí realizada aconteceu em Julho de 1999.


[Imagem: FTjUoBC.jpg]

[Imagem: 1CjUtZ9.jpg]

Desde 2011 que a Câmara Municipal de Alenquer tem planos para a base aérea, após a perda da localização do Novo Aeroporto de Lisboa para aquele local. A construção de um complexo automobilístico com circuito de velocidade é assim ambição e provável futuro para a Base Aérea da Ota.
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Autódromo do Estoril

Também conhecido por autódromo Fernanda Pires da Silva, era o principal e maior de Portugal até à construção do Autódromo Internacional do Algarve em 2008.

O circuito foi construído no ano de 1972, num planalto próximo do Linhó, por iniciativa de Fernanda Pires da Silva que idealizou, ao lado do arquitecto brasileiro Ayrton Lolô Cornelsen, um autódromo para a zona do Estoril e lhe empresta o nome, lutando contra tudo e todos para o erguer,nos terrenos adquiridos.

Tinha inicialmente um perímetro total de 4250m, podendo ser encurtado para outro tipo de provas. Os primeiros anos assistiram a algumas provas nacionais e à Formula 2.

[Imagem: AspV4pk.gif]

[Imagem: G61E1Yb.jpg]

Entre 1975 e 1978 o circuito entrou num certo declínio, quando esteve na posse do estado.

Em 1984, entrou no calendário do mundial de Formula 1, e recebeu obras de remodelação.
Durante 13 edições (de 1984 até 1996), Estoril abrigou o Grande Prêmio de Portugal de Fórmula 1. Foi na pista do Estoril no seu ano de estreia, em 1984 que o austríaco Niki Lauda conquistou o tricampeonato. Em 1985, o brasileiro Ayrton Senna obteve a primeira pole e vitória na categoria, e em 1993 o francês Alain Prost conquistou aqui o tetracampeonato.

[Imagem: YKIOyYN.jpg]

Apesar de nunca ter ocorrido nenhum acidente especialmente grave, o circuito teve sempre problemas de segurança, que levou a ser introduzida uma chicane em 1994.
O novo traçado aumentava a pista principal em 110m, ficando assim o circuito com um total de 4360 metros e 13 curvas.

[Imagem: eHPNQO5.jpg]

Mesmo com os melhoramentos feitos, o Estoril acabaria a ser afastado do calendário da F1, no ano de 1997.

[Imagem: V7zO2TQ.jpg]

Com a saída da F1, esteve sem ser utilizado, voltando a abrir as portas em 2000, depois de profundas obras de melhoramento das condições e construção de novas escapatórias, tendo ficado com um comprimento de 4182m.

Foi então palco do campeonato do mundo de Motociclismo (desde 2002 denominado por MotoGP), durante 13 edições, entre os anos de 2000 a 2012. Valentino Rossi conseguiu 5 vitórias, sendo o seu máximo ganhador.

[Imagem: hwQ6QSY.jpg]

A fraca afluência de público foi um dos principais motivos para que o circuito deixasse de receber o evento máximo do motociclismo mundial de velocidade.
Recebeu ainda em 1988, pela primeira vez, o campeonato do mundo de Superbike (WSBK), campeonato que regressou a este palco, novamente, em 1993.

Ainda assim, tem recebido diversos eventos nacionais e internacionais, com rondas dos campeonatos mundiais de FIA GT, DTM, WSR, A1GP, World Series by Renault, Fórmula 3000, Superleague Formula, European Le Mans Series, entre outros.
O CNV de motociclismo, também disputa anualmente 4 rondas no Estoril, intercaladas com Portimão, bem como uma ronda do FIM CEV Repsol.


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Autódromo Internacional do Algarve

É em Portimão que se localiza o mais recente circuito português e o que melhores condições oferece.
Ficou concluído em Outubro de 2008.

Também chamado como Circuito de Portimão é uma pista de corridas de 4,692 km (2,916 milhas) localizado no concelho de Portimão, no Algarve. Situa-se a cerca de 16 km do centro de Portimão, na freguesia da Mexilhoeira Grande. Com um custo total de 195 milhões de Euros (aproximadamente 250 milhões de dólares), o projecto incluiu ainda uma pista de karting, uma pista de off-road, um parque tecnológico, um hotel de cinco estrelas, um complexo desportivo e apartamentos.

o circuito foi homologado pela FIM a 11 de Outubro de 2008 e pela FIA dois dias depois.

[Imagem: HDmtdUe.jpg]

Oferece 32 diferentes configurações de pista, com perímetros de 3.465m (mais curto) a 4.684m (versão Fórmula 1) e está homologado pela FIA e pela FIM para receber competições auto e moto, ao mais alto nível.
Os vários traçados permitem aos utilizadores escolher entre versões mais rápidas e desafiadoras e outras mais lentas e técnicas.
Dada a variedade de desenhos de pista, a FIA Slow Fast (F1) é considerada a versão standard.

[Imagem: cmuEPdv.png]

O Autódromo Internacional do Algarve é um dos melhores e mais modernos circuitos do mundo. A pista de corrida faz parte de um inovador complexo que oferece um extenso conjunto de serviços e infraestruturas para os vários atores da indústria automóvel – dos construtores, às marcas e equipas de competição. Permitindo-lhes testar, desenvolver e apresentar os seus produtos.

O desenho do circuito possibilita uma ampla visibilidade e uma forte ligação à pista, a partir de qualquer bancada.

[Imagem: Mi1C7z4.jpg]

Tem actualmente e como prova de maior projecção, uma ronda do calendário anual do FIM Superbike World Championship, evento que acolhe desde 2008 até hoje, com um interregno em 2016 (substituído por Monza).

[Imagem: byL06Kw.jpg]

De igual forma que os circuitos de Jerez e da Catalunha, o AIA é utilizado regularmente para treinos de Formula 1, durante o interregno de Inverno.
Outros eventos de renome marcam presença habitual em Portimão, como o 24H Endurance Series, o CNV, o European Le Mans Series ou o Algarve Classic Festival.

Várias marcas da indústria automóvel e motociclística também já usaram o circuito de Portimão para efectuar testes, ensaios e eventos promocionais.

[Imagem: QKmafvp.png]
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#5

(18-10-2019 às 11:38)LoneRider Escreveu:  Muito fixe!

O curioso é que tirando o Estoril, o VS e o AIA, que foram pistas construídas de raíz e para esse fim, todos os outros são circuitos citadinos mais ou menos improvisados (e mais curioso ainda é termos tido 3 grandes prémios de Formula 1, disputados em 2 deles - Monsanto e Boavista)... ou usando pistas de aviação como base (caso de Sintra ou da Ota).

Lembro bem de ver o campeonato nacional de velocidade de motociclismo, nos anos 90, a ter várias rondas disputadas em aeródromos. E até Jerez ou Albacete também fazerem parte desse calendário.

Em relação a Portimão, é interessante verificar que quando se começou a falar em construir uma nova pista de corridas, no Algarve, inicialmente foi pensado para ser exclusivamente um motódromo... naquilo que é hoje um autódromo internacional.

[Imagem: QKmafvp.png]
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#6

Excelente artigo! clap
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#7

Excelente tópico! clap
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#8

Dos citadino-aéreos que puseste falta o improvisado Figueira da Foz que acolheu o campeonato nacional de velocidade pelo menos nos 2 anos em que estive integrado numa humilde equipe que competia em 125 Produção.
Este circuito era uma trama de "obstáculos" que retorcía a plana e rectilínea marginal da Figueira da Foz que permitia aos turistas comer camarões e beber umas jolas enquanto viam as motas passar a alta velocidade tendo o Atlântico de Fundo!

A primeiríssima vez que pisei um circuito de velocidade foi em Braga, com uns escassos 16 anos e fui até lá na minha "novíssima" M83 de nome Jamaica.

És um ranhoso!
Já me puseste nostálgico e com uma lágrima no canto do olho... devil
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#9

Nostalgia para que? Tens dinheiro? Agarra nele e compra outra m83 e anda nela como tivesses 16 anos. Deixa de ser lamechas! devil
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#10

Um amigo meu tem uma m83 desde que me lembro, e continua a andar nela todos os dias, sendo esse o seu único meio de transporte.

Recordo-me que a certa altura, a m83 era o "opel corsa" das motorizadas lá da terra... cheguei a ser atropelado por uma. lol
Agora poucas restam.
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