(25-02-2021 às 10:25)marco.clara Escreveu: O que é um facto é que uns quantos espécimes como este (Red Rose) deixavam facilmente um puto com 16 anos a olhar para elas há umas décadas atrás, à porta de qualquer escola secundária...
Claro que sim... entre o marasmo das Target e CT-50S, das DTLC, das NSR e uma ou outra motorizada nacional herdada de um avô, uma Red Rose distinguia-se no parque motociclístico escolar.
Aliás, a primeira Red Rose que vi, foi nos primórdios da década de 90, no dia em que eu, puto acabado de fazer 16 anos, e ávido por obter a licença camarária, me apresentei a exame no Campo do Cevadeiro em VFX, sem mota e sem capacete
... e lá estava uma, num azul arroxeado a contrastar com os cromados, oferecida por um papá a um outro puto, babado, que também se iria propôr a exame... e que ao pé das demais cinquentinhas, parecia a mais exótica e ostensiva das motas, inalcançável pela maioria dos adolescentes que queriam apenas algo com 2 rodas e motor, para aumentarem o seu raio de mobilidade... e engatar porventura umas colegas de turma.
Não havia muitas marcas a "replicarem" cruisers, especialmente nas 50 e 125 (as Virago e Rebel 125 surgiriam só um punhado de anos depois). Então se fosse aquela versão com a rosa vermelha no depósito, era um must, para deixar de imediato as groupies do Axl Rose de pito aos saltos, com a promessa de uma voltinha.
Claro que uns bons tempos após, e depois de até já teres andado com umas quantas Viragos ou Shadows ou Intruders, a pequena e "plástica" Red Rose, com o seu abafado e roufenho 2stroke (que em nada combinava com os aspecto da mesma), parecia algo verdadeiramente Kitsch.
(25-02-2021 às 10:25)marco.clara Escreveu: Independentemente das DTs e DTRs jogarem num campeonato à parte nessa altura, outras motas um pouco mais raras, como uma Suzuki Wolf... uma Aprilia Red Rose... uma Aprilia RS 50... uma Derbi Senda ou até uma Peugeot XP de caixa automática... despertavam no mínimo curiosidade.
As memórias que me trouxeste!
A Wolf até era comum... mesmo porque da parte da Suzuki, tirando essa e a TS, não tinham mais nenhuma motorizada de mudanças. A Yamaha RZ50, com a fama de ser das mais rápidas era também bastante cobiçada, isto até a TZR tomar em certa medida o seu lugar. E havia ainda a "grande" CRM50, que tinha uma expressão ínfima face à campeã de vendas DT, e que já dava ares de ser uma 125 (mesmo que houvesse depois a versão de 125 já para encartados).
As RS50, apareceram depois... Mas em seu lugar, nas Avarilias, haviam as caras e "desportivas" AF1 Sintesi e Futura (a qual ainda comprei um destroço acidentado de uma, para a recuperar, coisa que nunca fiz, acabando a vendê-la a peso na Sucata de Vialonga, depois das ameaças do meu pai para desocupar o espaço que ela estava a ocupar na garagem)... e isto a par da Prima 50, na Cagiva (com o peculiar sistema de "met-in" no lugar tradicional do depósito de combustível, e situando-se este debaixo do banco... algo que depois a BMW pegou para a Scarver e mais tarde ainda, a Honda recuperou na NC). Mas estávamos a falar de italianas, pouco adequadas às carteiras quase sempre vazias de um adolescente.
Em alternativa, haviam as mais baratas nacionais... a Feeling, a FX50, a Pre-50, a Magnum, a Diva, etc... todas elas uma derradeira tentativa das marcas tugas acompanharem a feroz concorrência externa, inexistente até há pouco antes e que as fez definhar de vez. Mas ter uma nacional, para um adolescente, já era algo desprestigiante.
(25-02-2021 às 11:10)pareias Escreveu: A primeira CBR1000F que vi foi nos anos 80, talvez 88 ou 89, e para mim foi algo de impactante, parecia um ovni, de repente uma 1000 quando eu e os meus amigos falávamos de 125. Era do filho de um conhecido joalheiro da terra.
Em 88, passei uma temporada de 3 meses em Andorra. Lá já se viam grandes "motões", que eram raros ou impossíveis de se ver em Portugal. A primeira moto que me recordo verdadeiramente de me ter detido o olhar cá, por longos minutos, foi uma TomCat, de matrícula estrangeira, parada na Praia das Maçãs... algures também por finais da década de 80. Ainda hoje, de cada vez que passo nesse local, me recordo do momento.