(28-12-2018 às 01:51)dfelix Escreveu: (23-12-2018 às 20:41)nelsonajm Escreveu: Num mercado capitalista... Nada se fabríca por paixão... Fábrica-se com objectivo do lucro... E quanto maior melhor...
Isso é uma visão meio "cassete" da coisa...
Pois a paixão pode gerar muito lucro. E o exemplo disso é o peso de determinadas marcas têm.
Mas isso são coisas diferentes... paixão no fabrico nunca trouxe lucro a ninguém lol
A "paixão" que dá lucro é aquela que a marca gera em torno de si através do marketing. De ter a mota da moda, ou a mota mais potente, ou a mota que nos faz parecer os reis da aldeia. A Apple é uma das empresas que mais vende "paixão" pelo produto, criando uma forte legião de fãs que compra não pelas caracteristicas mas pela marca em si e tem os produtos fabricados na China. A KTM mudar a produção para a China não quer dizer de modo algum que a qualidade vai diminuir, isso é uma visão obtusa da situação. Na prática, fazendo uma parceria com a CFMOTO até pode ser uma relação "win-win" em que a KTM consegue reduzir os custos de produção e a CFMOTO consegue obter o know-how de produção da KTM e assim aumentar a qualidade do seu produto. Ou as pessoas acham genuinamente que os operários fabris chineses são mais burros e piores profissionais que os operários fabris europeus? É que é uma visão um pouco "Nazi" das coisas. Ao transferir a produção das suas motas para a China certamente que a KTM transfere também o seu know-how de produção, os seus processos de garantia e gestão da qualidade, os seus processos de inovação e engenharia... e como é apanágio de praticamente todas as empresas industriais de países desenvolvidos, muito provavelmente que todos os modelos após produção na China são encaminhados para a fábrica central europeia onde é realizado o controlo de qualidade final antes de serem libertadas para comercialização.
Aliás, o único motivo pelo qual todas as construtoras europeias neste momento não fabricam noutro local que não a Europa é porque no final das contas financeira compensa continuar a fabricar na europa. Seja porque seria necessário um investimento muito grande para deslocalizar as fábricas para a produção que têm (no caso da BMW por exemplo, que vende tão poucas motas em comparação com as construtoras japonesas, provavelmente não conseguiriam economia de escala suficiente para terem uma fábrica BMW no Oriente rentável que não passasse por uma parceria como a KTM aparentemente vai fazer) ou então até por puro marketing, pois à semelhança do Liquid Fire há muita malta que o facto de a mota ser "made in europe" pesa muito na decisão de compra, e provavelmente a deslocalização afetaria as vendas do produto... mesmo que o made in europe seja na realidade um "assembled in europe" com mais de 50% das peças a virem da China, India, ou outro país qualquer.