Vou tentar não ser aborrecido com o meu texto, deixando aqui os meus 5 cts (ou neste caso, 3)...
1. Conduz como se o mundo conspirasse contra ti. Andar de mota representa inevitavelmente um risco para qualquer motociclista. Temos poucas defesas contra situações inesperadas que possam surgir. Desde estradas em mau estado, até avarias mecânicas ou condutores desatentos, tudo pode representar um perigo para nós, com consequências sérias. O melhor mesmo é adotar um estilo de condução defensiva, sobretudo em "selvas urbanas".
2. Protege-te. Por mais cuidado que se tenha e por mais que se adopte uma postura defensiva na condução, "shit happens". Quando acontecer (e note-se que digo "quando" e não "se", já que só há dois tipos de motociclista no mundo - os que já caíram e os que ainda não caíram...), o melhor é estarmos preparados para isso. Qualquer motociclista com alguns kms em cima tem histórias para contar e marcas no corpo para mostrar que o comprovam. Hoje em dia é fácil ter equipamento de proteção individual de boa qualidade sem gastar uma fortuna, por isso não há grande justificação para não o ter (e menos ainda para não o utilizar). Se "a pele cresce mas as carenagens não", ainda assim o melhor é evitar depilações com alcatrão ou pior.
3. A prática faz a perfeição. Tal como em tudo na vida, a prática faz a perfeição. Por isso a melhor forma de nos tornarmos proficientes a andar de mota é... andar de mota. Aprender com quem já anda nisto há alguns anos e tem histórias e experiências para contar é excelente, mas aprender com aquilo que nos vai acontecendo é ainda melhor, e inevitavelmente acaba por moldar a nossa forma de ser e estar na estrada. Sou hoje em dia um motociclista muito diferente do que era há alguns anos atrás, fruto das experiências (algumas positivas outras nem tanto) que fui vivendo. Quanto mais ando de mota mais sinto que pouco ou nada sei sobre isto e que tenho muito a aprender. Quanto mais ando de mota mais consciente vou ficando das minhas limitações, que regra geral estão muito aquém dos limites das motas que tenho tido a possibilidade de conduzir.
Sei que as dicas anteriores têm muito muito a ver com segurança e auto-preservação. Não quero parecer um velho do Restelo nem estragar a ninguém a sua visão romântica do que possa significar andar de mota, usando a sua melhor t-shirt, de cabelos ao vento e óculos escuros, a passar em cavalo por um polícia enquanto lhe faz um manguito... mas a meu ver é através dos benefícios que comportamentos como os que descrevi nos trazem que poderemos usufruir de outros tantos prazeres a andar de mota (e não só) por muitos e bons anos, evitando pagar um preço elevado por isso.