Amigo Pedrosa...
Foi apenas há pouco mais de meio ano que te conheci, mas logo desde o primeiro momento percebi que só podias ser um gajo 5 estrelas. Pelo menos assim o entendo, de alguém tão avariado como eu e mais uns quantos, ao ponto de alinhar na peregrina ideia de ir dar uma volta de mota à Serra da Estrela naquele que terá sido provavelmente o dia mais frio do ano. Essa foi a primeira de algumas oportunidades que tive de rolar contigo, e em todas elas foi com muito prazer que o fiz!
Nas oportunidades que tive de partilhar kms de estrada contigo, uma boa refeição à mesa ou simplesmente um par de minis num café, sempre demonstraste possuir uma forma de ser e de estar na vida que respeito. Acessível, descomplicado, honesto, com sentido de humor, e pelo que várias pessoas poderão testemunhar, sempre pronto a ajudar o próximo. Assim o fizeste.
Depois da aventura pela serra, destaco ainda a partilha de uma Rota Internacional (onde foste o "operador de câmara" de um certo episódio protagonizado por mim e por uma abelha com aversão a motociclistas, entre outros episódios que se proporcionaram nessa viagem pelos picos da Europa).
Houve também lugar a um passeio Norte-Sul, em que rolámos pela região centro do país (que sei que encaravas também como um dos melhores "recreios motociclistas" em território nacional), com boa estrada, boa mesa e boa companhia.
E muitas outras voltas que partilhaste com outros companheiros que tenho a certeza absoluta agora sentem a tua falta. Com a tua partida, ficou o vazio e o sentimento de que ficaram muitos bons momentos e kms por partilhar. Tenho a certeza que os percorrerias com qualquer um de nós, com o imenso prazer e a alegria de viver que sempre demonstravas ter.
Partiste de forma trágica, mas a fazer algo de que gostavas. Não estavas só. Os amigos e companheiros de estrada que estavam lá (a quem quero reforçar também o meu apoio), encabeçam agora um grupo mais alargado de pessoas que - tal como eu - só por se terem cruzado contigo, não conseguem ainda conceber que já cá não estás. Simplesmente não parece real, e garantidamente não parece justo.
Não me costumam faltar as palavras, mas a cada linha que escrevo, sinto uma dificuldade crescente em continuar... pelo que te peço consideres este meu singelo adeus, repetindo apenas as palavras e pensamentos de muitos companheiros de duas rodas que te pedem agora que olhes por nós, até ao dia em que nos voltaremos a encontrar...
Um abraço.