Hypermiling - Prós e Contras ou o Derradeiro Debate
#1

Ora bem, venho aqui propor o debate que considero se impõe! Hoje em dia, seja por preocupação com o ambiente ou apenas com a carteira, uma série de argumentos surgem para quem conduz carro ou mota (neste caso onde incidirá a discussão) optar por um novo estilo de condução, denominado "hypermiling". A questão que se coloca, é se vale tudo ou quase tudo a bem da eficiência, e se não será o ótimo inimigo do bom. Leia-se: adotar uma condução normal ou defensiva q.b. versus imprimir excesso de zelo na preocupação pelo consumo, que pode resultar em algumas consequências mais nefastas.

[Imagem: Hypermiling-The-Ultimate-Guide.png]

Existe um site (www.hypermiling.com) que alvitra um processo de 6 passos segundo os quais é possível melhorar a eficiência no consumo de combustível, nomeadamente:

1) Manter registos regulares de consumo;
2) Não praticar uma condução agressiva;
3) Manter o movimento em situações de congestionamento no trânsito;
4) Acelerar lenta e progressivamente após paragens;
5) Utilizar o cruise control para poupar combustível;

Quanto aos registos regulares de consumo, é algo que hoje em dia (quase que diria mais no mundo das motas que dos carros) se vê com frequência. Basta ver em fóruns da especialidade, em que se ostenta com orgulho o consumo registado no Fuely ou similar. A questão que se coloca é: este registo serve exatamente para quê? Para determinar o próximo record a alcançar? Até onde pode ir a poupança de consumo? Será que a determinada altura, essa informação é assim tão relevante?

[Imagem: 638414.jpg]

Quanto ao comportamento na estrada, obviamente que aqui um estilo de condução mais agressiva (acelerações e travagens bruscas, etc.) é desaconselhado. Mas será que o extremo oposto como o é o "hypermiling", em detrimento de uma condução simplesmente defensiva e equilibrada em que não se coloca ninguém em risco (já chegaremos ao porquê desta afirmação) é assim tão justificável?

[Imagem: Beware-of-Aggressive-Drivers-Road-Sign.jpg]

Isto leva-me ao ponto seguinte, o de "manter o movimento em situações de congestionamento no trânsito". Esta técnica denomina-se também "anti-traffic" e consiste em evitar o chamado "stop and go", através da redução da velocidade e gestão de distâncias relativamente ao veículo da frente. Isto significa que andando mais devagar se consegue ter uma maior distância do veículo da frente, permitindo assim menos paragens (e arranques) e consequentemente menor consumo de combustível. Da mesma forma, quando se antecipar uma paragem simplesmente desacelerar de imediato, e quando se arrancar fazê-lo de forma lenta e gradual.

As técnicas de condução anteriormente descritas podem à primeira vista parecer favorecer civismo e segurança além da eficiência energética, no entanto, não podemos esquecer que não estamos sozinhos neste mundo. Quão razoável é lidar com este extremo de condução na estrada e no dia-a-dia? Onde é que começa e acaba a liberdade de cada um de nós?

[Imagem: Hypermiling-03.jpg]

Em termos de hábitos e técnicas de condução dos "hypermilers" em busca da economia extrema, alguns passam por conduzir olhando de forma quase fixa para os indicadores de consumo instantâneo dos veículos, não ligar o ar-condicionado, não abrir as janelas, percorrer apenas trajetos que minimizam o número de paragens ao longo do percurso, ou até conduzir apenas quando existem condições climáticas favoráveis (vento). Outros casos há de "hypermilers" que circulam intencionalmente atrás de veículos pesados, para aproveitar o efeito de cone de aspiração, ou outros que desligam o motor antes da paragem num stop ou semáforo…

[Imagem: stoplight-350x350.jpg]

Em suma, quer de mota quer de carro já são bem conhecidos relatos de consumos pouco superiores ao litro aos cem, o que claramente não é um valor que se alcance apenas com uma condução defensiva e equilibrada. Resta-nos a todos fazer uso do bom senso e perceber quais são os limites do razoável. Acima de tudo, lembrarmo-nos que existem outros à nossa volta, e que nem sempre aquilo que é (ou parece) melhor para nós próprios, beneficia os outros.
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#2

Desde que saiam da minha frente por mim tudo bem! devil bigsmile

Se deixarem algum espaço até facilita o "filtering"! blink

Mas algumas é uma questão de não queimar material só por queimar, e embora não ande preocupado, uso o controlo da aceleração para ter uma condução linear.

A minha máquina (e ex):
KTM 1290 SuperAdventure S
KTM 1290 Super Duke GT
Kawasaki Versys 1000
Yamaha FZS 600 Fazer

[Imagem: censorship2.jpg]
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#3

Dos 5/6 passos só devo acertar num... confused

Não nasci para fazer Hypermilling  cry

Velasquez87
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#4

Foi algo que eu sempre tentei fazer nas viagens trabalho casa e nunca consegui. Na teoria parece bem, mas andar na pasmaceira para poupar 50 centimos... e depois vai um bocado daquilo que se tem. Eu tinha um Peugeot 206 a gasóleo e uma CBF125, dois veiculos conhecidos pela economia de combustivel. Portanto nem seria de todo descabido tentar fazer o menos consumo possível. Agora há certos veículos onde quem tenta fazer consumos baixos devia ser agredido com um gato até este parar de miar. Qual o objetivo de comprar uma MT-09 ou uma XSR900 e fazer consumos de 4L/100 naquilo? Para andar a ritmos de 125, mais vale comprar mesmo uma 125 e aí mesmo a dar o máximo da mota o consumo nao passa dos 3. Nos carros, é um bocado como quando vou na Auto estrada e vão os velhotes no série 7 da BMW com mais de 200cv a ultrapasssar na faixa da esquerda a 130-140 (e eu num Pegeuot 206 a dar sinal de luzes para andarem mais).
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#5

(24-05-2018 às 09:42)dmanteigas Escreveu:  Nos carros, é um bocado como quando vou na Auto estrada e vão os velhotes no série 7 da BMW com mais de 200cv a ultrapasssar na faixa da esquerda a 130-140 (e eu num Pegeuot 206 a dar sinal de luzes para andarem mais).

Quanta rebeldia pá....

[Imagem: images?q=tbn%3AANd9GcT4XLIkYtQDw11iDiKFM...g&usqp=CAU]


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#6

Só vou deixar uma achega, o que aqui se fala, mesmo sem fazer extremos, é o que faz motas velhas gastar 4 a 4.5 e mesmo assim andarem a velocidades legais dentro de cada segmento da estrada.

Não é necessário propriamente andar devagar, devagarinho, é necessário conhecer a máquina e usar a caixa.
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#7

(24-05-2018 às 10:26)OFFICER Escreveu:  Não é necessário propriamente andar devagar, devagarinho, é necessário conhecer a máquina e usar a caixa.

Não concordo. Tudo o que vejo/leio sobre hypermiling pressupõe efetivamente andar devagarinho. O que descreves não encaixa no hypermiling, encaixa na condução defensiva.
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#8

Bem, então eu não faço hypermiling, faço condução defensiva e consigo excelentes resultados..se calhar com hypermiling conseguiria baixar mais 1 litro ou assim  lol

Se bem que se calhar para alguns andar a 80kmh ou 90kmh em nacional possa ser andar devagarinho blink
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#9

So sei que para qualquer uma dessas tecnicas é preciso ter uma paciencia de loucos... E sim, em alguns casos chega a tornar se uma conduçao perigosa, sobretudo para quem circula por perto

Pvale
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#10

Epa... face ao preço obsceno actual dos combustíveis e em constante subida, não vejo nenhum escândalo e até vejo alguma legitimidade na preocupação em melhorar consumos. Casa um saberá da sua carteira e do recheio (ou falta dele) na mesma.
Mas neste âmbito, refiro especialmente uma condução menos "bruta" ou "impetuosa", especialmente no que concerne acelerações / desacelerações desnecessárias e outro tipo de comportamentos ou "habilidades".

Agora, quando a coisa entra em parâmetros quase "doentios", em que a única preocupação é a redução do consumo, na busca incessante da maior distância ao mililitro, com posturas e comportamentos (como os descritos), que na estrada possam comprometer a própria segurança e a dos demais, já entramos numa outra problemática.

E o pior disso tudo... é depois ostentarem os resultados desse extremismo economicista, como se fosse um registo digno de enaltecimento, de forma vaidosista e dos mais variados modos. Porque, como diz o outro... "how" cares? (exceptuando o próprio).

[Imagem: QKmafvp.png]
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