23-05-2018 às 21:48
Ora bem, venho aqui propor o debate que considero se impõe! Hoje em dia, seja por preocupação com o ambiente ou apenas com a carteira, uma série de argumentos surgem para quem conduz carro ou mota (neste caso onde incidirá a discussão) optar por um novo estilo de condução, denominado "hypermiling". A questão que se coloca, é se vale tudo ou quase tudo a bem da eficiência, e se não será o ótimo inimigo do bom. Leia-se: adotar uma condução normal ou defensiva q.b. versus imprimir excesso de zelo na preocupação pelo consumo, que pode resultar em algumas consequências mais nefastas.
Existe um site (www.hypermiling.com) que alvitra um processo de 6 passos segundo os quais é possível melhorar a eficiência no consumo de combustível, nomeadamente:
1) Manter registos regulares de consumo;
2) Não praticar uma condução agressiva;
3) Manter o movimento em situações de congestionamento no trânsito;
4) Acelerar lenta e progressivamente após paragens;
5) Utilizar o cruise control para poupar combustível;
Quanto aos registos regulares de consumo, é algo que hoje em dia (quase que diria mais no mundo das motas que dos carros) se vê com frequência. Basta ver em fóruns da especialidade, em que se ostenta com orgulho o consumo registado no Fuely ou similar. A questão que se coloca é: este registo serve exatamente para quê? Para determinar o próximo record a alcançar? Até onde pode ir a poupança de consumo? Será que a determinada altura, essa informação é assim tão relevante?
Quanto ao comportamento na estrada, obviamente que aqui um estilo de condução mais agressiva (acelerações e travagens bruscas, etc.) é desaconselhado. Mas será que o extremo oposto como o é o "hypermiling", em detrimento de uma condução simplesmente defensiva e equilibrada em que não se coloca ninguém em risco (já chegaremos ao porquê desta afirmação) é assim tão justificável?
Isto leva-me ao ponto seguinte, o de "manter o movimento em situações de congestionamento no trânsito". Esta técnica denomina-se também "anti-traffic" e consiste em evitar o chamado "stop and go", através da redução da velocidade e gestão de distâncias relativamente ao veículo da frente. Isto significa que andando mais devagar se consegue ter uma maior distância do veículo da frente, permitindo assim menos paragens (e arranques) e consequentemente menor consumo de combustível. Da mesma forma, quando se antecipar uma paragem simplesmente desacelerar de imediato, e quando se arrancar fazê-lo de forma lenta e gradual.
As técnicas de condução anteriormente descritas podem à primeira vista parecer favorecer civismo e segurança além da eficiência energética, no entanto, não podemos esquecer que não estamos sozinhos neste mundo. Quão razoável é lidar com este extremo de condução na estrada e no dia-a-dia? Onde é que começa e acaba a liberdade de cada um de nós?
Em termos de hábitos e técnicas de condução dos "hypermilers" em busca da economia extrema, alguns passam por conduzir olhando de forma quase fixa para os indicadores de consumo instantâneo dos veículos, não ligar o ar-condicionado, não abrir as janelas, percorrer apenas trajetos que minimizam o número de paragens ao longo do percurso, ou até conduzir apenas quando existem condições climáticas favoráveis (vento). Outros casos há de "hypermilers" que circulam intencionalmente atrás de veículos pesados, para aproveitar o efeito de cone de aspiração, ou outros que desligam o motor antes da paragem num stop ou semáforo…
Em suma, quer de mota quer de carro já são bem conhecidos relatos de consumos pouco superiores ao litro aos cem, o que claramente não é um valor que se alcance apenas com uma condução defensiva e equilibrada. Resta-nos a todos fazer uso do bom senso e perceber quais são os limites do razoável. Acima de tudo, lembrarmo-nos que existem outros à nossa volta, e que nem sempre aquilo que é (ou parece) melhor para nós próprios, beneficia os outros.
Existe um site (www.hypermiling.com) que alvitra um processo de 6 passos segundo os quais é possível melhorar a eficiência no consumo de combustível, nomeadamente:
1) Manter registos regulares de consumo;
2) Não praticar uma condução agressiva;
3) Manter o movimento em situações de congestionamento no trânsito;
4) Acelerar lenta e progressivamente após paragens;
5) Utilizar o cruise control para poupar combustível;
Quanto aos registos regulares de consumo, é algo que hoje em dia (quase que diria mais no mundo das motas que dos carros) se vê com frequência. Basta ver em fóruns da especialidade, em que se ostenta com orgulho o consumo registado no Fuely ou similar. A questão que se coloca é: este registo serve exatamente para quê? Para determinar o próximo record a alcançar? Até onde pode ir a poupança de consumo? Será que a determinada altura, essa informação é assim tão relevante?
Quanto ao comportamento na estrada, obviamente que aqui um estilo de condução mais agressiva (acelerações e travagens bruscas, etc.) é desaconselhado. Mas será que o extremo oposto como o é o "hypermiling", em detrimento de uma condução simplesmente defensiva e equilibrada em que não se coloca ninguém em risco (já chegaremos ao porquê desta afirmação) é assim tão justificável?
Isto leva-me ao ponto seguinte, o de "manter o movimento em situações de congestionamento no trânsito". Esta técnica denomina-se também "anti-traffic" e consiste em evitar o chamado "stop and go", através da redução da velocidade e gestão de distâncias relativamente ao veículo da frente. Isto significa que andando mais devagar se consegue ter uma maior distância do veículo da frente, permitindo assim menos paragens (e arranques) e consequentemente menor consumo de combustível. Da mesma forma, quando se antecipar uma paragem simplesmente desacelerar de imediato, e quando se arrancar fazê-lo de forma lenta e gradual.
As técnicas de condução anteriormente descritas podem à primeira vista parecer favorecer civismo e segurança além da eficiência energética, no entanto, não podemos esquecer que não estamos sozinhos neste mundo. Quão razoável é lidar com este extremo de condução na estrada e no dia-a-dia? Onde é que começa e acaba a liberdade de cada um de nós?
Em termos de hábitos e técnicas de condução dos "hypermilers" em busca da economia extrema, alguns passam por conduzir olhando de forma quase fixa para os indicadores de consumo instantâneo dos veículos, não ligar o ar-condicionado, não abrir as janelas, percorrer apenas trajetos que minimizam o número de paragens ao longo do percurso, ou até conduzir apenas quando existem condições climáticas favoráveis (vento). Outros casos há de "hypermilers" que circulam intencionalmente atrás de veículos pesados, para aproveitar o efeito de cone de aspiração, ou outros que desligam o motor antes da paragem num stop ou semáforo…
Em suma, quer de mota quer de carro já são bem conhecidos relatos de consumos pouco superiores ao litro aos cem, o que claramente não é um valor que se alcance apenas com uma condução defensiva e equilibrada. Resta-nos a todos fazer uso do bom senso e perceber quais são os limites do razoável. Acima de tudo, lembrarmo-nos que existem outros à nossa volta, e que nem sempre aquilo que é (ou parece) melhor para nós próprios, beneficia os outros.