DiY- Mudar o Oleo do Motor
#1

Ola!
Andar de mota é o que nos move neste mundo, mas para alguns, saber como a sua mota funciona e até mesmo poder mexer nela é parte importante do mundo motociclístico. Alem disso, permite alguma economia no que a gastos de manutenção se refere.
Existem operações de manutenção que são fáceis de realizar por qualquer pessoa, mas muitos não se arriscam a faze-lo por falta de bases, o que me parece sensato. Mas, em vez de entregar o peixe já pescado, morto e amanhado, porque não ensinar a pescar?
E por isso que ponho à minha disposição a minha (pouca) experiencia, para vos iluminar o caminho para que vocês mesmo se aventurem neste magnifico mundo de conhecer as entranhas das vossas motos!
A nossa cobaia vai ser a Dorothy, que necessita de mudar o óleo, assim mudar o filtro de ar.



Antes de começarmos a desapertar parafusos e a “desmembrar” a mota, convem fazer os preparativos da coisa.
Comprar as peças que se vão repor, assim como os possíveis consumíveis (molas, anilhas, borrachas, etc) e saber que ferramentas se devem ter à mão para a operação.
Uma boa preparação é uma boa maneira de evitar momentos de pânico e incerteza quando já estamos com a mão na massa.



Ter os manuais de serviço ajuda muito quando se trata de uma moto com carenagens.
Alem do mais uma VFR tem um sistema pouco vulgar de fixação que obriga a alguns cuidados no que refere a desmontar e montar as carenagens.



Ter uma caixinha como esta, que ajuda a separar os diferentes rebites plásticos, anilhas, parafusos e peças que necessites retirar é sempre uma mais valia.



Antes de desmontar observa, estuda como está montado, verifica se tens as ferramentas necessárias e sobretudo, evita forçar encaixes e parafusos.
Tirar as carenagens a uma mota pode ter uma técnica especifica que requer saber como actuar. No caso da VFR, as carenagens laterais saem como se de uma porta corrediça se tratara, sendo que cada lateral esta fixa em apenas 4 pontos. Convem ter rebites plásticos de suplência porque existe sempre a possibilidade de que algum se parta, seja a remover do seu sitio, seja ao apertar quando se monta a carenagem.



Aqui temos a Dorothy descascada só para nós.



Desta vez fomos um pouco mais longe e desmontamos as laterais do deposito, para o levantar e aceder à caixa do filtro de ar.
O objectivo era inspecionar o elemento filtrante e, se necessário, mudar o filtro de ar.



Estava muito sujo assim que, devido a que ia fazer uma viagem grande e tinha o filtro novo comigo, decidi mudar.
Em caso de não se mudar, podes limpar.
Limpar este tipo de filtro resume-se a sopra-lo com ar comprimido no sentido inverso à da circulação de ar. Ou seja, deve soprar o filtro sempre da cara mais limpa para mais suja, de forma a que pressão do ar liberte as partículas aderidas ao filtro e o deixe o mais limpo possível.



Uma vez recolocado o filtro, devemos isolar a caixa de ar.
Normalmente a caixa de ar tem uma borracha que dá estanquicidade ao circuito, mas é sempre boa practica molhar essa borracha com óleo de motor (ou valvulina) para que esta adira correctamente garantido assim a estanquicidade. Para tal uma ampolia de óleo molhamos a ponta do dedo com óleo e vamos passando o dedo na borracha. Basta que a borracha fique viscosa, não é necessário afoga-la em óleo.



Apertar os parafusos da caixa de ar é outro momento que requer atenção.
Primeiro a maioria dos parafusos estão roscados no plástico, assim que não é necessário apertar muito. Basta ajustar.
Depois inicialmente deve-se apertar em cruz, para permitir uma força de aperto igual e que a peça encaixe perfeitamente no seu leito.



OK!
Vamos ao que interessa!
Para retirar o óleo do motor convém que este esteja quente, porque esta mais fluido, escorre mais depressa e arrasta com ele eventuais detritos que possam residir dentro do motor (Carter).
Enquanto o óleo escorre, podemos fazer outras operações…



Como mudar o filtro de óleo….



… ou as velas, o filtro de ar, a bateria….
Enfim!
Tudo menos afinar as válvulas!
Porquê?
Porque para afinar as válvulas é imperativo que o motor esteja frio e se mudas o óleo com este a temperatura de funcionamento do motor não se pode afinar as válvulas.



Com o filtro novo na mão, pedimos de novo ajuda a ampolia do óleo para “besuntar” a junta do filtro. O propósito é precisamente o mesmo que na caixa de ar. Permitir que este adira ao leito sem que fique dobrado ou torcido de forma que se escape por ali o óleo.



O fitro tem um binário de aperto, mas eu sempre fui apologista de dizer que o único que um filtro quer é um aconchego, por isso aperto-os à mão. Levem em conta que, o filtro é um “recipiente” volátil, que se ajusta ao motor com as vibrações que este produz e que depois se tem que retirar numa muda de óleo seguinte.
Não convem apertar muito porque se correr o risco de depois não se conseguir desenroscar.



O mesmo já não digo sobre o parafuso de drenagem.
Convem saber o binário de aperto, mudar a anilha de cobre (ou alumínio, latão, etc) que tem e aperta-lo convenientemente, com a ajuda da dinamométrica e depois do motor estar (mais ou menos) frio.



O liquido lubrificante deve cumprir sempre com as especificações mínimas do fabricante, assim como ser apto para as embraiagens banhadas a óleo.
A marca para mim é indiferente, se bem que para as motas mais recentes convém por sintético para garantir uma boa performance ao longo dos intervalos de manutenção. No entanto no caso das Milf (mais de 15 anos) ou avozinhas (mais de 30 anos), se houver um óleo correspondente que seja mineral eu não desaconselho porque os intervalos de muda são muito mais curtos. Existem ainda motos que registam consumos com os óleos sintéticos, mas se pores um óleo mineral esse consumo diminui parcialmente ou, até mesmo, desaparece por completo.
Quando mudamos o filtro de óleo convem, depois de por o óleo no motor e de verificar que esta a nível, por o motor a trabalhar uns breves instantes. O suficiente para que o óleo inunde o filtro.



Depois de parar o motor, convem deixar o óleo repousar o tempo suficiente para fazer uma leitura mais ou menos exacta do nível!



Caso o nível seja baixo, devemos atestar de óleo de forma a que este fique no nível máximo, mas nunca acima deste.



Prontos!
Feito!
Falta avisar que amanhã o óleo estar acima do nível máximo.
Mas não é motivo para alarme.
Põe a mota a trabalhar 2 min e depois para o motor.
Veste o casaco, põe o capacete, calça as luvas e só depois volta a verificar o nível de óleo e veras que o óleo se encontra no nível desejado.
No caso de motos que tem consumo de óleo, convém dividir a escala de medida do nível de óleo em duas partes. Meio para cima e meio para baixo.
Meio para cima está bom, não mexe!
Meio para baixo, é aconselhável atestar com o óleo, de preferência o mesmo que utilizas na mota.
Se estas em viagem, não tens óleo, esta no meio do nada e perdido, não entres em pânico se na escala o nível de óleo esta do meio para baixo. Neste caso o importante é que vejas óleo na escala. É sinal que o motor ainda tem óleo suficiente para as tarefas de lubrificação!
Se por ventura não vês óleo na escala e te importas com a saúde do motor da tua mota, desmonta e empurra!

I just don't run with the crowd!

www.loneriderendlessroad.com
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#2

Pois é por não ter peças de reposição preparadas quando da manutenção, é que tenho a negona sangrando depois de todo o serviço que foi feito com trocas de juntas e outras peças internas.
Acontece que para ser feito tal serviço foi preciso retirar o radiador de óleo, e como não estava presente no dia da montagem, foi tudo feito em minha garagem aos fins de semana.
Bem foi montado com as anilhas antigas, e pronto.
Agora tenho que retirar tudo e trocar, não há de ser nada, a culpa foi minha.
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#3

Bom DIY Rui! blink
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#4

Boa posta Lone. Agradecido. Nunca o fiz nas motas, mas já o fiz nos meus carros. Confesso que na mota o que me faz mais confusão é o filtro de ar porque obriga a mexer com o depósito e fico sempre com a ideia que quando o levantar vai saltar alguma mangueira e a gasolina vai começar a jorrar por todo o lado. lol
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#5

Nada disso Luís!
O teu depósito tem no mínimo 3 tubos.
O que vai aos injectores, que está aparafusado à bomba, o de retorno do injectores que se solta vai mijar duas gotas que evaporam em seguida e o de respiro que não tem gasolina no seu interior.
Por norma estes tubos têm comprimento suficiente para permitir a remoção em segurança, quer dos tubos, quer do depósito.
Convém ler primeiro o manual para ver mais ou menos como funciona.
Acho que não é necessário recordar que, quando se mexe na mota não se deve fumar nem fazer fogo.

I just don't run with the crowd!

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#6

Quando dei uma espreitadela no filtro do ar, retirei o tubo de combustível que liga ao deposito mas para a próxima retiro a parte desse mesmo tubo mas que vai a bomba de gasolina! Porque o tubo de combustível que vai ao deposito, o deposito levanta apenas a altura de la meter um braço e mal, não dá mesmo jeito nenhum. Ainda para tirar nao é difícil agora para meter e ajeitar a braçadeira, é uma real dose. Bem aquilo tb tem um filtro K&N dura bem mais que um filtro normal. Logo nao penso mexer em breve.

Ha pouco tempo aventurei-me a mudar o óleo pela primeira vez, claro que tudo correu mal. Um dos parafusos da carenagem estava e ainda está moído, tive mais de 2h de volta daquilo e nada, quando dei um jeito, lá cheguei ao carter, quando meto la a chave começou a rodar sem desapertar, isto ja depois de 3h de volta daquilo. Desespero completo e pensei para mim, "nao tenho mais paciência para isto". Normalmente quando um gajo se aventura a estas cenas pela primeira vez é sempre assim, corre sempre mal. Depois desse dia em que tudo correu super mal, ainda pensei, agora levo a mota a oficina e fico com 4L aqui de oleo? La me manquei, fui comprar uma chave de luneta de qualidade e o dia a seguir pouco tempo depois ja estava feito. Enfim quando um gajo tenta fazer algo com ferramenta duvidosa, a falta de experiência junto com ferramenta de fraca qualidade dá nisto.

Já mandei vir próximo mimo para a mota, umas velas iridium. Aquilo de mudar é complicado porque é de lado e nao dá muito jeito e eu nao quero mudar por cima, por é preciso sacar deposito, caixa do filtro do ar e andar a desligar cabos. E leva logo com velas de iridium, assim mais depressa morre o motor do que eu preciso de trocar velas novamente!  lol
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#7

Muita bom Rui! thumbsup
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#8

(13-11-2017 às 07:36)LoneRider Escreveu:  Nada disso Luís!
O teu depósito tem no mínimo 3 tubos.
O que vai aos injectores, que está aparafusado à bomba, o de retorno do injectores que se solta vai mijar duas gotas que evaporam em seguida e o de respiro que não tem gasolina no seu interior.
Por norma estes tubos têm comprimento suficiente para permitir a remoção em segurança, quer dos tubos, quer do depósito.
Convém ler primeiro o manual para ver mais ou menos como funciona.

Obrigado pelas dicas. Da Diversion tinha o manual técnico dela, mas acabei por nunca me aventurar. Da Versys, não o tenho nem procurei ainda, mas também enquanto na garantia não me vou aventurar muito.

(13-11-2017 às 07:36)LoneRider Escreveu:  Acho que não é necessário recordar que, quando se mexe na mota não se deve fumar nem fazer fogo.

Não se pode sequer acender um fósforo só para ver melhor os tubos no caso de a garagem ser escura? angel
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#9

Ena... um tópico que enriquece realmente o fórum! Nice!!! bigsmile thumbsup clap
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#10

Parece que já estou a ver a brigada ambiental a protestar, com as motas todas a pingarem óleo no próximo passeio eh eh

devil


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