18-01-2017 às 17:06
Mais um escândalo.
"Incrédulo. Joaquim Rodrigues mal pode acreditar na decisão da Amaury Sport Organisation, entidade que organiza o Dakar, de lhe retirar o décimo lugar na competição e relegá-lo para 12.º.
O luso acabou o Dakar em décimo, esteve no pódio, fez a festa e recebeu o prémio. Então eis que, ainda mal começara a descansar, já em Portugal, soube que afinal uma decisão da organização o deixou no 12.º posto.
O lugar é honroso e um feito tremendo para quem se estreava no Dakar, mas não é real. Pelos feitos em pista conquistou o décimo lugar. Portugal viu, o mundo viu, todos viram. Estivemos à conversa com Joaquim Rodrigues para melhor percebermos o que aconteceu.
O piloto da Hero Motorsports Rally parou numa etapa para ajudar Pablo Quintanilla, parado e com problemas não mecânicos. O luso, que seguia acompanhado por outro português, parou para o ajudar. O chileno estava desorientado e visivelmente abalado. Durante quase cinco minutos, Joaquim Rodrigues ajudou-o a acalmar, e só seguiu caminho quando viu que Quintanilla estava melhor.
‘Quando chegámos estive com o meu chefe e fomos explicar o que aconteceu. Viram pelos dados do meu GPS que estive parado e devolveram-me quase cinco minutos ao meu tempo’, disse o português.
Findo o Dakar, feita a festa, cai a bomba, para espanto de todos:
– Isto nem me foi comunicado. Foi um amigo e um patrocinador que me disseram. Eu mal tinha chegado a casa da viagem e de repente sai essa alteração. Fiquei de boca aberta. Obviamente que é um escândalo. Falei com o meu chefe de equipa e ninguém sabia o que estava a passar. Eu estive lá, tenho o troféu que mereci comigo. Quer dizer, eles lembram-se de arranjar uma maneira de me prejudicar e de tirar tempo. É um escândalo. As cisas têm 30 minutos para ser apresentadas e a classificação oficial saiu. Foi-me atribuído o prémio, estava tudo bem e quando chego a casa sai uma notícia destas. Andam a brincar com as pessoas. Fazem o que querem e lhes apetece. Talvez sejam interesses entre eles da organização, não sei. Não me estou para chatear com isso. 12.º é muito bom…mas fui décimo e no meu ano de estreia, e um top dez é um top dez. Isto não se faz, andam a brincar com o trabalho das pessoas.
O sentimento de injustiça mancha mais uma vez a imagem de um Dakar marcado por controvérsias: ‘Somos portugueses, somos pequeninos e fomos prejudicados. Estou desapontado. Não fui só eu e o Paulo [Gonçalves, a quem retiraram a vitória numa etapa e depois veio-se a saber e o próprio Joan Barreda admitiu que o erro tinha sido dele]. Quer dizer, fazem o pódio, entregam os prémios e depois lembram-se de fazer uma coisa destas? Todos os anos há algo e as pessoas começam a ficar fartas.’
O piloto não acredita que a situação mude, instado a comentar se era possível fazer algo para que volte ao devido lugar: ‘Acho que não vai acontecer nada. Se eles tomaram esta decisão, por alguma coisa foi.’
O piloto explicou depois que lhe retiraram tempo após determinarem que Rodrigues parou para uma emergência mecânica e não médica, mas certo é que o piloto com as ordens da equipa a terem em conta a vantagem que tinha na última etapa:
– O Pablo Quintanilla sofreu uma primeira queda. Parei para o ajudar durante cerca de cinco minutos e estive com ele até ele se acalmar, ele estava muito abalado, não estava bem. Assim que ele acalmou segui caminho. Quando cheguei ao fim falei com o meu chefe de equipa e fomos explicar o sucedido. Deram-me o tempo de volta e na última especial tinha quase seis minutos de vantagem, não ia arriscar e as ordens da equipa eram para gerir, por isso fui com calma. Acabei por perder dois minutos mas o tempo chegava e sobrava. A explicação deles foi que a minha paragem foi afinal por emergência mecânica e não médica. Como é que eles sabem se não estavam lá?
Apesar de toda a controvérsia Joaquim Rodrigues assume-se orgulhoso com o seu desempenho e mostra-se esperançoso em para o ano ter uma nova oportunidade de ali poder competir, no maior palco de todos nos ralis mundiais.
Recorde-se com esta decisão o novo décimo classificado é Juan Carlos Salvaterra, curiosamente nascido na Bolívia, um dos países por onde passou a caravana do Dakar".
Fonte
"Incrédulo. Joaquim Rodrigues mal pode acreditar na decisão da Amaury Sport Organisation, entidade que organiza o Dakar, de lhe retirar o décimo lugar na competição e relegá-lo para 12.º.
O luso acabou o Dakar em décimo, esteve no pódio, fez a festa e recebeu o prémio. Então eis que, ainda mal começara a descansar, já em Portugal, soube que afinal uma decisão da organização o deixou no 12.º posto.
O lugar é honroso e um feito tremendo para quem se estreava no Dakar, mas não é real. Pelos feitos em pista conquistou o décimo lugar. Portugal viu, o mundo viu, todos viram. Estivemos à conversa com Joaquim Rodrigues para melhor percebermos o que aconteceu.
O piloto da Hero Motorsports Rally parou numa etapa para ajudar Pablo Quintanilla, parado e com problemas não mecânicos. O luso, que seguia acompanhado por outro português, parou para o ajudar. O chileno estava desorientado e visivelmente abalado. Durante quase cinco minutos, Joaquim Rodrigues ajudou-o a acalmar, e só seguiu caminho quando viu que Quintanilla estava melhor.
‘Quando chegámos estive com o meu chefe e fomos explicar o que aconteceu. Viram pelos dados do meu GPS que estive parado e devolveram-me quase cinco minutos ao meu tempo’, disse o português.
Findo o Dakar, feita a festa, cai a bomba, para espanto de todos:
– Isto nem me foi comunicado. Foi um amigo e um patrocinador que me disseram. Eu mal tinha chegado a casa da viagem e de repente sai essa alteração. Fiquei de boca aberta. Obviamente que é um escândalo. Falei com o meu chefe de equipa e ninguém sabia o que estava a passar. Eu estive lá, tenho o troféu que mereci comigo. Quer dizer, eles lembram-se de arranjar uma maneira de me prejudicar e de tirar tempo. É um escândalo. As cisas têm 30 minutos para ser apresentadas e a classificação oficial saiu. Foi-me atribuído o prémio, estava tudo bem e quando chego a casa sai uma notícia destas. Andam a brincar com as pessoas. Fazem o que querem e lhes apetece. Talvez sejam interesses entre eles da organização, não sei. Não me estou para chatear com isso. 12.º é muito bom…mas fui décimo e no meu ano de estreia, e um top dez é um top dez. Isto não se faz, andam a brincar com o trabalho das pessoas.
O sentimento de injustiça mancha mais uma vez a imagem de um Dakar marcado por controvérsias: ‘Somos portugueses, somos pequeninos e fomos prejudicados. Estou desapontado. Não fui só eu e o Paulo [Gonçalves, a quem retiraram a vitória numa etapa e depois veio-se a saber e o próprio Joan Barreda admitiu que o erro tinha sido dele]. Quer dizer, fazem o pódio, entregam os prémios e depois lembram-se de fazer uma coisa destas? Todos os anos há algo e as pessoas começam a ficar fartas.’
O piloto não acredita que a situação mude, instado a comentar se era possível fazer algo para que volte ao devido lugar: ‘Acho que não vai acontecer nada. Se eles tomaram esta decisão, por alguma coisa foi.’
O piloto explicou depois que lhe retiraram tempo após determinarem que Rodrigues parou para uma emergência mecânica e não médica, mas certo é que o piloto com as ordens da equipa a terem em conta a vantagem que tinha na última etapa:
– O Pablo Quintanilla sofreu uma primeira queda. Parei para o ajudar durante cerca de cinco minutos e estive com ele até ele se acalmar, ele estava muito abalado, não estava bem. Assim que ele acalmou segui caminho. Quando cheguei ao fim falei com o meu chefe de equipa e fomos explicar o sucedido. Deram-me o tempo de volta e na última especial tinha quase seis minutos de vantagem, não ia arriscar e as ordens da equipa eram para gerir, por isso fui com calma. Acabei por perder dois minutos mas o tempo chegava e sobrava. A explicação deles foi que a minha paragem foi afinal por emergência mecânica e não médica. Como é que eles sabem se não estavam lá?
Apesar de toda a controvérsia Joaquim Rodrigues assume-se orgulhoso com o seu desempenho e mostra-se esperançoso em para o ano ter uma nova oportunidade de ali poder competir, no maior palco de todos nos ralis mundiais.
Recorde-se com esta decisão o novo décimo classificado é Juan Carlos Salvaterra, curiosamente nascido na Bolívia, um dos países por onde passou a caravana do Dakar".
Fonte