(10-03-2021 às 17:03)Nfilipe Escreveu: Nao vamos cair naquela previsibilidade de dizer que a culpa é sempre do sistema e nunca nossa.
Também não foi isso que disse. O que me parece óbvio a todos é que a forma de obter muitas destas infrações é altamente questionável do ponto de vista de legitimidade moral, num sentimento resumido na expressão popular da "caça à multa". Um radar ilegal, num viaduto por cima de uma AE, como foi o meu caso, tipifica este abuso e má fé do sistema. E desde então tenho-me confrontado com outras situações extremamemente questionáveis aqui na zona do Porto, inclusivamente com simulações de avarias de carros descaracterizados em sitios que pôem até em causa a segurança dos utilizadores das vias.
Se o sistema usa formas moralmente questionáveis de obter rendimento sobre estas infrações, está também no nosso direito legal de as contestar, quer tenhamos culpa ou não, nao nos podendo escapar das consequencias de o fazer, obviamente. É um direito que nos assiste. Caso contrário estamos a ser incongruentes sempre que ultrapassamos os limites - entreguem-se à esquadra mais próxima sempre que o fizerem.
Ninguém compra uma mota acima de 125 para cumprir os limites de velocidade. Não me venham com tretas. Todos diariamente infringimos regras de transito, isso é outro ponto assente. Ser apanhado ou não, é uma questão de azar/sorte e alguma sensibilidade (que eu nao tinha ainda por ser tenro) sobre ONDE poder estar mais à vontade ou não.
Relativamente a inspeções e alterações de veículos, a minha posição é outra, como tenho falado: o ser humano é inerentemente incongruente e incoerente e eu não me escapo a isso. Acho que o que está em causa são outro tipo de valores morais. Eu ir a 97km/h numa AE em zona de 80km/h não incomoda ninguém a não ser eu próprio, ao contrário dos escapes abertos e outra cenas que tais.