26-01-2019 às 00:51
(25-01-2019 às 19:35)michelfpinto Escreveu: Nunca tive diferenças desse tipo por ir com pendura ou não, a bom ritmo se apanhar vento a sério acontece exactamente o mesmo.
A nova Versys subiu o patamar em muitas coisas, deverá continuar a ter sensivelmente o mesmo publico alvo, oferecendo no geral do melhor que se pode encontrar em uma mota em termos de tecnologia.
(25-01-2019 às 19:27)LoneRider Escreveu: Eu nem sei muito da poda mas parece-me que se está a confundir algumas defenicoes...
Penso que percebi a que te referes, mas podes ser mais especifico?
Deixem-me fazer aqui este parênteses para que o pessoal saiba as minhas bases.
Não tenho formação superior, tenho conhecimentos em mecânica, sou um curioso e muito frequentemente cometo algumas impressisoes que evidenciam a minha falta de formação. No entanto o que me proponho a explicar é, acima de tudo assente na minha experiência que todos sabem bem qual é.
O que é uma suspensão?
Sistema mecânico que tem como função manter as rodas de um veículo constantemente em contacto com o chão (asfalto, terra, areia e por aí adiante), filtrando as irregularidades do chão com o objectivo de manter a estabilidade do veículo em geral assim como proporcionar o conforto aos seus ocupantes.
Esta definição por si só abre um enorme espectro de usos e sistemas que podem todos, das mais variadas formas recorrer a diferentes mecanismos para obter com mais ou menos eficiência este objectivo atrás descrito.
No caso das motas existem muitos e variados tipos de suspensão que vou evitar inumerar para não alargar-me muito. Vou falar dos elementos de suspensão que são elementos comuns de três motos de três users muito activos deste fórum.As Tracer do Manteigas e o Velásquez é a Versys do Michel.
Ambas motas têm um sistema telescópico na frente com duas barras e os seus correspondentes cartuchos com afinação de três vias. Ambas têm um sistema de monoamortecedor traseiro ligado ao braço oscilante por um sistema de bielas, igualmente com afinação de três vias.
As afinações possíveis (3vias) são precarga da mola, extensão do hidráulico e compressão do hidráulico.
Para quem não sabe o amortecedor tem uma mola helicoidal que é a principal encarregada de amortecer e contrariar o movimento da roda ao passar pela irregularidade do piso e a sua rigidez/resistência ao movimento da roda pode ser regulada através do comando de pré-carga, assim como quando o veículo leva mais peso, tendo neste caso o objectivo de evitar o fim de curso da mola (compressão total da mesma) provocando impactos, desconforto e instabilidade no veículo.
No meio do amortecedor está o corpo do hidráulico, composto por um cilindro com nitrógeno dentro e uma válvula de dupla acção que pode ser regulada para oferecer mais ou menos resistência à passagem do gás (compressão do hidráulico) , assim como ser totalmente fechada entre pontos predeterminados limitando assim o extensão de acção é curso do hidráulico (extensão do hidráulico). Este hidráulico só tem uma função. Contrariar os movimentos da mola helicoidal, formando assim um conjunto de forma a manter a roda em contacto com o chão o mais tempo possível sem que está pareça uma bola saltitona!
Espero ter sido o suficientemente claro e ter explicado mais ou menos bem a coisa.
O que é, ou o que é que provoca essa sensação de esta montado num pudim flã!?
Essa sensação surge sempre por um cúmulo de circunstâncias mas cuja causa quase sempre se centra no elemento amortecedor.
Ou seja, o hidráulico não acompanha a pedalada da mola e a mota balança-se de forma pouco controlada principalmente em aceleração.
Porque é que não faz isso em desaceleração!?
Normalmente porque, por norma a mota tem menos peso atrás que à frente e é só quando se dá a transposição de peso (em aceleração) que aparece esse stress do hidráulico.
Como o amortecedor tem afinação de três vias e se a mola é muito saltitona, endurecer a mola (pré-carga) é um erro. O ideal seria retirar pre-carga e aumentar compressão do hidráulico...
Ou seja.
Aumentar a força de contrariedade da mola e retirar força à mola para que esta não stress o hidráulico.
Em teoria se a mola está mais mole, devíamos trabalhar na extensão do hidráulico, alargando o curso do mesmo, para impedir que a mola chegue ao fim de curso.
Isto é a teoria.
Mas está teoria só poderá ser verificada na realidade se as constantes forem sempre as mesmas. Essas constantes basicamente são a pressão dos pneus, a temperatura ambiente, o peso da mota e o peso que ela vai carregar.
No caso das Tracer,uma da primeira série, outra uma GT...
Ora bem, a Tracer é uma mota que deriva de uma Street Fighter com umas medidas "radicais" e um centro de gravidade baixo para beneficiar a maneabilidade. O que os engenheiros da Yamaha fizeram foi adoptar ao chassis da mota umas suspensões de longo curso, elevar a posição do condutor e ocupante (o que sobe o centro de gravidade) e aumentar-lhe com toda a parafernália necessária o peso, assim como elevando o centro de gravidade. O que é pouco coerente para uma moto tão curta entre eixos.
Isso contribui para uma descompensação de movimentos e que por exemplo, quem mais sufra com isso seja o amortecedor traseiro. Mais uma vez a culpa é do construtor por não prever este tipo de situações ou, o que é mais grave, por não controlar ou aumentar a exigência nos controlo de qualidade dos componentes que monta nas suas motas. No caso da Yamaha, tantas vezes líder de vendas em Portugal, isto é inadmissível.
O Velásquez resolveu o problema adaptando um amortecedor de uma desportiva, muito mais firme e com um hidráulico mais preparado para a má vida que o amortecedor de origem da Tracer.
No caso da GT, as modificações que foram introduzidas na ciclistica com o objectivo de aumentar a distância entre eixos mitigam um pouco esse efeito, no entanto, se o componente amortecedor continuar a ser de fraca ou má qualidade e problema persistirá e como prova disso está gravado o nome do Manteigas no Hall of Shame ao perceber que tinha feito caca entre click e click.
Agora vamos falar da Versys do Michel,mas sem antes explicar uma coisa tão óbvia que dá pena ter que explicar isto a gajos com tanta formação académica.
Uma mota tem a sua massa distribuída pelos dois eixos das rodas, sendo que por norma o eixo dianteiro suporta mais peso que o traseiro, salvo em aceleração, sendo que essa transposição de massas aumenta em acelerações fortes. Isso explica que a dianteira se sinta leve, tão leve quanto forte for a aceleração, chegando mesmo a descolar do chão em situações mais ou menos porpositadas/controladas.
Isso por si só não contribui para a sensação de pudim flã do qual padecem as Tracer, uma vez que as fortes acelerações não devem ser motivo para instabilidade na mota.
O que normalmente acontece na Tracer é que, debaixo de uma aceleração a uma velocidade elevada, o hidrualico traseiro não suporta a massa transferida mais a necessidade de contrariar o movimento da mola helicoidal, provocando assim esse movimento característico.
A leveza de direção do Michel é portanto, absolutamente normal.
A Mota do Michel tem 80% dos kms feitos em mototurismo, a dois, com carga e por todo tipo de terreno.
Além disso, são ambos grandes, ele com 100kg e ela, uma miúda alta e bem en coroada que quase seguramente pesará o mesmo que eu, o que por si só quase completam a capacidade de carga da mota.
A Versys é uma mota japonesa pensada para um peso médio entre os 65/70 kg. No caso do Michel as suspensões eram evidentemente demasiado brandas e facilmente esgotaram o seu curso.
O recurso ao kit Hiperpro foi uma escolha acertada para evitar este problema, que possivelmente não era provocado por uma mau componente ou uma má construção, mas sim pelo peso que pode chegar a atingir todo o conjunto!
Areias pá....
Já compraste a mota!?
Pessoalmente acho que fizeste mal, é demasiada mota para ti.
Velásquez pá, tens que fazer mais kms numa VFR para conhecer o que é realmente bom (e não digo que a tua seja má).
Manteigas pá!
Só cá faz falta quem cá está e se cá quiseres estar para mim fazes bué falta. Apesar de todo o veneno que se destila entorno da tua GT, por mim serás sempre bem vindo!
Michel pá!
É só tenrinhos pá!