O mais estranho é que o que acabaste de referir, aprende-se, ou devia aprender-se, na escola quando se tira a carta.

(21-05-2015 às 09:49)OFFICER Escreveu:  Além de que há por ai muita gente a conduzir que deveria ser obrigada a ter um curso intensivo de condução defensiva com componente prática.

Porque (tal como referi noutras discussões idênticas) o negócio das escolas de condução não é a de preparar condutores.
Mas sim preparar para que as pessoas passem nos exames de código e condução.

Existem cursos de condução defensiva... que incluem controlar o carro em piso molhado e simular outras situações de perigo.
Pelo preço que custam as cartas, era de esperar uma preparação mais parecida a isto.

https://youtu.be/yzS0UbKfVuY

Nesse caso, tal como dizes, o mal não é das escolas mas sim das exigências, ou falta delas, nos centros de exame. Apesar de saber que o cerco agora é mais apertado, continuam a passar pessoas que não estão minimamente preparadas para ir para a estrada.

O pior disto tudo mesmo assim, não é os recém-encartados, mas sim quem tem carta há mais tempo, principalmente os que não se actualizam face ao código ou simplesmente estão a cagar-se para tudo o que são regras.

Talvez o ideal fosse realmente existir um exame de código de x em x anos, no entanto isto apenas iria ser mais um negócio tal como é as revalidações de cartas, onde existem pessoas que já não têm a minima capacidade de condução e continuam a conduzir. Mas aqui a culpa é dos médicos que lhes passam o atestado.

(20-05-2015 às 17:43)Rod Escreveu:  E se fosse a esgalhar? Não teria passado antes de ele arrancar? Assim já não me batia...

Se vais entrar nos "Ses" a coisa complica muito...
E o "esgalhar" poderia acabar contigo a não ires directamente para o chão tal como aconteceu mas sim a "voar" por cima dele ou, pior ainda, a "voar" por dentro dele...  
É melhor nem pensares muito nisso senão lá fico sem o habitual companheiro de cafezadas "mid-week" com aperitivo de curvas...    

(21-05-2015 às 10:40)OFFICER Escreveu:  O pior disto tudo mesmo assim, não é os recém-encartados, mas sim quem tem carta há mais tempo, principalmente os que não se actualizam face ao código ou simplesmente estão a cagar-se para tudo o que são regras.

Não sei a qual destes grupos pertencerão mas, das criaturas que mais me aterrorizam na estrada, destacadamente à frente surgem logo os seres que conduzem com um pé no travão...

Por vezes passo-me mesmo da carola quando vejo "stops" à minha frente a piscarem em locais onde não lembra ao diabo e, pior ainda, os que conduzem alternando cada toque no acelerador com um no travão...    

(21-05-2015 às 10:40)OFFICER Escreveu:  Nesse caso, tal como dizes, o mal não é das escolas mas sim das exigências, ou falta delas, nos centros de exame. Apesar de saber que o cerco agora é mais apertado, continuam a passar pessoas que não estão minimamente preparadas para ir para a estrada.

Acho que há problemas a vários níveis.
E todos eles reflectem um problema que é acima de tudo... cultural.

Começa logo por sermos um país demasiado dependente do transporte pessoal.
A rede de transportes públicos nas cidades é razoável. Mas para a maioria das pessoas vivem na periferia onde as coisas são bem diferentes.
Nem vamos falar do interior...
Consequentemente tens demasiada gente a necessitar da carta "por obrigação" e consequentemente mais carros na estrada do que deveria haver.

Ao nivel da administração (governo) a preocupação é meramente gerir números.
Tirar cartas, pagar IA's, pagar IPO's, pagar IUC's, pagar portagens e pagar multas é receita. Sinistralidade quanto muito retira votos, mas serve acima de tudo como argumento para justificar as campanhas de suposta "prevenção" em épocas festivas.

Os centros de exame têm como principal competência examinar.
E para justificar a razão de existência criaram um modelo pedagógico extremamente lucrativo em que a avaliação teórica parece mais concentrada nos conhecimentos de gramática do que no conhecimento do código da estrada em si. E uma avaliação pratica extremamente modesta.

É suposto serem as escolas a ensinar a conduzir.
No entanto, estas são empresas cujo sucesso é medido pelas aprovações.
Logo, as escolas não formam condutores. O que as escolas fazem é preparar candidatos a passar nos exames.
E apesar disto nem consigo centrar o problema nas escolas: Pois este tipo de "formação" é o mesmo que se faz em qualquer tipo de ensino, em que estuda para aquelas perguntas que achamos que vai sair no teste...

(21-05-2015 às 10:40)OFFICER Escreveu:  Talvez o ideal fosse realmente existir um exame de código de x em x anos, no entanto isto apenas iria ser mais um negócio...

Pensa nos IPO's que obrigam a uma inspecção "de x em x anos"... e quantos veículos saem de lá aprovados a perder óleo e a deitar nuvens de fumo preto!
Seria a mesma coisa.

(21-05-2015 às 11:36)n00b1e Escreveu:  

(21-05-2015 às 10:40)OFFICER Escreveu:  O pior disto tudo mesmo assim, não é os recém-encartados, mas sim quem tem carta há mais tempo, principalmente os que não se actualizam face ao código ou simplesmente estão a cagar-se para tudo o que são regras.

Não sei a qual destes grupos pertencerão mas, das criaturas que mais me aterrorizam na estrada, destacadamente à frente surgem logo os seres que conduzem com um pé no travão...

Por vezes passo-me mesmo da carola quando vejo "stops" à minha frente a piscarem em locais onde não lembra ao diabo e, pior ainda, os que conduzem alternando cada toque no acelerador com um no travão...    

Isso são pessoas que nunca conheceram o termo "usar a caixa" mas sim há por ai muita gente dessas, em todos os grupos possiveis e imaginários.

dfelix, completamente de acordo com o que dizes.

Ainda não percebi muito bem que 'assunto' se está exactamente aqui a discutir. Aliás, não me parece de todo existir 'assunto'. É tão óbvio que a condução defensiva e principalmente moderada é a melhor, quanto é óbvio que se eu não sair de casa não sou atropelado.

E atenção que condução moderada nem sempre quer dizer quanto mais devagar melhor. Condução moderada pode querer dizer andar mais depressa, se isso significar a redução de perigo. Por exemplo, na auto-estrada o máximo é 120Km/h, o mínimo é 50Km/h à direita. No entanto, é EXTREMAMENTE perigoso andar a 50Km/h na AE. Mais perigoso que andar no mesmo sítio a 90Km/h. Ir a 120Km/h também não é descabido, nem exagero, e pode ser considerado moderado, dependendo da situação.

Quanto à realidade, claro que sou bem mais defensivo de moto que de carro. A diferença vê-se logo na buzina. No carro se calhar buzino ao passar pelas situações, quase mais para reclamar do que para evitar o acidente, ou para o evitar à última. Na moto não são raras as vezes que buzino com antecedência, exactamente para ter a certeza que quando chegar ao sítio, já saberem que eu vou estar ali. Por exemplo, se vejo um carro a indicar que via virar à direita, e eu vou exactamente passar à direita dele (é só um exemplo, já sei que não posso ultrapassar pela direita), vou apitar uns metros antes, para o obrigar a olhar para o espelho, e se for preciso abrando. Já no carro, se calhar dava uma aceleradela e apitava em cima, não para evitar o acidente, mas para tentar passar antes dele acontecer, e a apitadela já só serve para ele abrir os olhos para a próxima.

Nunca nestas situações se pode analisar caso a caso. Por exemplo como o Rod disse, em que teve um acidente a 30Km/h, e se fosse a 200Km/h já tinha passado por lá antes mesmo do carro lá estar. Certo, mas aqui já entramos no campo do 'destino' quase. Se fosses na mesma a 30Km/h, mas horas antes te tinhas esquecido das chaves em casa e voltado para trás, também já não tinhas apanhado o carro. Mas se calhar tinhas apanhado o seguinte, e apanhavas com ele na mesma. Se calhar se fosses a 200 Km/h tinhas apanhado um dos carros que estava ali a passar antes. Tem é que se analisar no geral, e aí acho bastante óbvio que uma condução defensiva, dentro das regras e acima de tudo moderada leva a muito menos acidentes.

(21-05-2015 às 18:21)Cloud Escreveu:  Ir a 120Km/h também não é descabido, nem exagero, e pode ser considerado moderado, dependendo da situação.

Tal os 120Km/h não é uma velocidade descabida para fazer centenas de quilómetros a ocupar a faixa do meio!
Afinal.. não é suposto ninguém ultrapassar!

Eu não cumpro o código em circunstância alguma, seja por nacionais ou autoestrada, no entanto tenho uma condução muito defensiva, e adopto uma velocidade moderada na minha condução.