Transmissão: Corrente vs Veio vs Correia
#1

Penso que ainda não há um tópico sobre isto.

Qual a melhor? Quais a diferenças?


Elucidem-me a mim e a muitos, se fazem favor.



Obrigado.  thumbsup
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#2

Até tens os 3 tipos aqui no fórum.
ClavaX veio, kb correia e o resto do povo corrente. As duas primeiras não precisam de manutenção ?
O veio perder 10% da potência em relação aos outros dois.
Acho q não há muito maiores diferenças a n sei q o veio é pá vida a correu tem vida útil entre 50k-80k e a corrente e aquela cena depende de como a tratas

O maçarico  shy
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#3

Algum dos engenheiros me pode dizer porque é que o veio perde mais potência?

Eu tenho dois animais de corrente e outro de veio.
Todos os sistemas necessitam de manutenção e o sistema mais utilizado é o de corrente porque é mais barato, existe um vasto leque de fabricantes e é o mais tolerante/elástico, permitindo múltiplas aplicações.

I just don't run with the crowd!

www.loneriderendlessroad.com
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#4

Nunca conduzi nenhuma mota com correia, só corrente e veio.
Não vou falar sobre as diferenças de condução (em termos elásticos etc), nem de manutenção.

Quanto às perdas de potência, a coisa não é necessariamente linear, até porque uma corrente mal lubrificada e toda lixada pode levar a mais perdas do que normalmente leva.

O facto de o veio ter normalmente mais perdas tem um pouco a haver com o tipo de engrenagens usadas. Rodas dentadas com dentando helicoidal (corrigido ou normal) como as usadas nas caixas tem um rendimento muito bom (98-99% entre cada duas rodas), mas transmissões coroa pinhão tem um rendimento um pouco inferior (e uma transmissão por veio tem normalmente componentes deste tipo).
Depois há a questão peso (mais massa para o motor mover na transmissão) e a questão do rendimento em cadeia: mesmo que cada relação pinhão-coroa tenha (sei lá) 97% de rendimento, como é uma em cada ponta fica logo 0.97*0.97=94% (fora outros pequenos factores).

As correntes bem afinadas e lubrificadas, pelo que me lembro de orgãos de máquinas até tem um bom rendimento. As correias se forem dentadas é idêntico, se forem trapezoidais e funcionarem por atrito é um pouco inferior.

EDIT: E não sei se o dentado usado é recto, se for o rendimento não é tão bom nem tudo funciona tão bem como no caso do helicoidal.

Blog com fotos de passeios de mota em: http://naosougajodefazerblogs.blogspot.pt/
Cumprimentos "V"!
--Cláudio A. B. Silva--
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#5

Já conduzi motos com os 3 sistemas, sendo que a minha actual é de correia.
Todos os sistemas têm vantagens e desvantagens, como é evidente.

Resumidamente enumero:

Corrente:

vantagens: barato / eficiente e a que menos perdas de potência à roda provoca / mais apta para performances maiores e elevadas prestações

des vantagens: ruidoso / sujo / requer manutenção e afinação regular / requer lubrificação / acumula sujidades da estrada / duração reduzida

Correia:

vantagens: sistema "bonito" visualmente / leve / sistema limpo / dispensa qualquer manutenção / como é um elemento elástico poupa pneus e não dá tendência a bloquear a roda traseira em reduções / silenciosa

desvantagens: cara na altura de mudar / não apta a motos de altas prestações / só apta para motos 100% estradistas

Veio:

vantagens: Duradouro, e com pouca manuteção / limpo / embora também possam partir, essa probabilidade é remota, face à corrente e/ou correia / sistema "bonito" visualmente / silencioso

desvantagens: muito caro se partir / pesado / tendência a bloquear a roda traseira em reduções bruscas / sistema que maiores perdas tem na transmissão de potência à roda.

No fundo.... é isto. Cada um deverá escolher, mediante o tipo de uso, o que é mais apto.
Eu, por opção, e a não ser que não haja outra possibilidade, prescindo de motos com corrente.

[Imagem: QKmafvp.png]
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#6

Olha lá....
Eu não sou engenheiro mas aprendi que a maior atrito maior perda de energia.
Onde é que existe atrito, nas engrenagem e superfícies em movimento.
Tendo uma corrente uma inúmera quantidade de peças em atrito permanente não perde mais que um veio que para além da união elástica apenas tem duas engrenagens?
Está certo que a corrente pode estar bem lubrificar, mas os veios tem as suas articulações lubrificadas também.
Além disso, por ser uma transmissão mais directa e menos elástica, é por isso que nas reduções malucas a roda bloqueia com mais facilidade não?
Se é assim no sentido inverso da transmissão de força, não será igual no sentido normal?
Já agora, os carros abandonaram as correntes de transmissão só por uma questão de resistência à torção!?

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#7

Lancei o tópico porque até hoje só andei em cavalos com corrente.

Acho que a minha está com alguma folga na corrente e lembrei-me de vir cá lançar o tópico.



Notam-se diferenças na condução da moto?
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#8

O cantar de uma corrente, mesmo depois de lubrificada pode indicar o seu fim de vida.

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#9

Lone.... não sou engenheiro. Mas dizem (e para isso basta fazeres uma simples pesquisa que facilmente encontras), o facto de o cardã ser o sistema que maiores perdas tem, é derivado que a transmissão de potência à roda não é linear (como acontece numa correia ou numa corrente), mas por ter uma quebra de direcção, entre o veio e grupo cónico. Procura pelos diagramas vectoriais da coisa, que a coisa é explicada.

[Imagem: QKmafvp.png]
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#10

(01-04-2016 às 13:10)LoneRider Escreveu:  Olha lá....
Eu não sou engenheiro mas aprendi que a maior atrito maior perda de energia.
Onde é que existe atrito, nas engrenagem e superfícies em movimento.
Tendo uma corrente uma inúmera quantidade de peças em atrito permanente não perde mais que um veio que para além da união elástica apenas tem duas engrenagens?
Está certo que a corrente pode estar bem lubrificar, mas os veios tem as suas articulações lubrificadas também.
Além disso, por ser uma transmissão mais directa e menos elástica, é por isso que nas reduções malucas a roda bloqueia com mais facilidade não?
Se é assim no sentido inverso da transmissão de força, não será igual no sentido normal?
Já agora, os carros abandonaram as correntes de transmissão só por uma questão de resistência à torção!?

Nas engrenagens existe contacto e deslizamento continuo durante o engrenamento. Isto é difícil de explicar por aqui...
E existe algum escorregamento sempre. O deslizamento das superficies só é nulo sobre o ponto correspondente aos círculos primitivos das engrenagens. Quando se usa dentando normal existem essencialmente duas razões para fazer correcção de dentando, uma é interferência e outra é precisamente para equilibrar o desgaste das rodas. Quando uma engrenagem é relativamente maior que a outra os dois problemas agravam-se, sendo que (se não se corrigir o dentado) o desgaste será maior na roda mais pequena. Com dentando corrigido há desgaste mas tenta-se equilibrar nas duas rodas.
Com dentando helicoidal em vez do recto é a mesma coisa, com a vantagem de o engrenamento se fazer de forma mais progressiva.

Mas como já disse, apesar de tudo as engrenagens tem um rendimento muito bom. Perdendo um pouco no caso de pinhão coroa (e muito se formos para os sem-fim).
O problema muitas vezes é a cadeia. É certo que é menos elástica pois os elementos são mais rígidos mas não é mais directa. Quer na corrente quer nas correias tens uma relação (pinhão-cremalheira, ou entre as duas polias), na transmissão por veio terás à partida pelo menos duas uma em cada ponta.

A verdade é que no fim de contas as perdas entre os vários sistemas de transmissão numa mota não serão significativamente diferentes...

Esta imagem não é especifica para motas mas a ideia é a mesma. Da esquerda para a direita: Correias, Corrente, Engrenagens (sendo que no caso das transmições por veio existe engrenagens conicas que são um bocadinho inferiores as cilíndricas, mas é quase igual)
[Imagem: SluwMtC.jpg]

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Cumprimentos "V"!
--Cláudio A. B. Silva--
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