(03-05-2022 às 12:19)Liquid_Fire Escreveu: A yamaha tem um historial de ameaçar abandonar o WSB, não me admira que um dia o façam efectivamente.
https://www.visordown.com/news/racing/ws...t-wsb-2012
A notícia é de 2011.
A Yamaha é actualmente a campeã em título de WSBK em construtores e pilotos (com a R1), conseguindo destronar a hegemonia quase total da Kawasaki na última década. E repete-o nas supersport (WSSP) com a R6. O reconhecimento e sucesso desportivo é por norma, meio caminho andado para a permanência.
(03-05-2022 às 12:19)Liquid_Fire Escreveu: Depois do desaparecimento da R6 que era um modelo mitico e sucesso de vendas, nada na Yamaha me espanta, basta ver as decisões comerciais dos ultimos tempos, fim da r6, Niken, desinvestimento no Moto GP WSB e MXGP, investimento forte no mercado electrico (https://www.autocarpro.in/feature/yamaha...tric-81661) quer-me parecer que a yamaha está focada no rendimento comercial que não passa por apostar em competição mas sim em vendas massivas, modelos acessíveis e electrificação, R1 e companhia começam a representar cada vez mais um nicho que dá pouco dinheiro, longe vão os tempos que a R1 era a rainha da marca, diria que a mesma neste momento representa uma pequena percentagem de vendas quando comparada por exemplo à tracer 900
É certo que não são as vendas das motos desportivas que pagam as contas... mas sim os modelos mais utilitários de baixas e médias cilindradas, para as massas. Por outro lado, a competição é uma montra tecnológica aos olhos do mundo do que cada construtor pode / consegue fazer e ao mesmo tempo balão de ensaio, para sistemas que porventura venham a ser adequados posteriormente nas motos de produção. O sucesso na competição é pois uma das maiores publicidades, que se podem traduzir em vendas, mesmo que depois a oferta de produtos nos stands seja totalmente distinta daquilo que povoa as pistas. Mas o puto novo que compra a sua primeira R125 vai sempre imaginar que está aos comandos da R1M das pistas.
Não sei se a Yamaha sairá da competição ou não nem tenho sérios indícios que isso venha a ocorrer?! Mas a acontecer, ainda mais com os pergaminhos, tradição e historial que tem, a meu ver, seria sempre uma má aposta.
(03-05-2022 às 12:49)LoneRider Escreveu: Eu acho que a Yamaha, assim como todos os grandes construtores estão a aplicar o chavão renovar-se ou morrer.
Estamos em plena transição energética e, independentemente do rendimento comercial, convém apresentar veículos que respondam à procura existente.
Não tem lógica enterrar dinheiro num laboratório tecnológico caducado e que não obedece as procuras comerciais.
Será tanto assim? É que ao contrário dos automóveis, o caminho para essa transição energética e alternativas aos motores de combustão, nas motos, está vários passos atrás e continuamos a ter as imensas limitações que inviabilizam a recorrência por essas alternativas.
Especialmente nas eléctricas (porque tirando estas, também não conheço que existam muitas mais alternativas, dentro dessa "transição energética"), tirando um par de construtores específicos que desde sempre se detiveram nessa vertente (caso da Zero, Super Soco ou Energica) e outros que já fecharam portas, como a Brammo, não existem ainda muitas e viáveis opções.
Nos construtores tradicionais, temos basicamente a Livewire, na Harley Davidson ou a CE na BMW. Praticamente o restante, não passaram ainda de concepts, longe de verem condições para a luz verde da produção.
Depois, os problemas de sempre, mantêm-se... pouca autonomia, pesos elevados (por conta das baterias), prestações discutíveis e valores de comercialização astronómicos, que as tornam nada atractivas.
Não acredito que hajam muitos motociclistas que quando querem comprar uma moto, ponderem especificamente uma eléctrica. Portanto, essa questão da «procura existente», está longe de se colocar.
Acho que actualmente, a viabilidade económica dos construtores tradicionais passa sobretudo (e cada vez mais), pela reutilização abrangente de motores / componentes transversal a vários modelos, uniformização de gamas com uma oferta mais abrangente para todas as carteiras (basta ver as recentes BMW ou HD de baixas cilindradas) e penetração em mercados emergentes, com menos restrições, através de consórcios com construtores dessas regiões. Não vejo que seja tão cedo que se siga outro caminho e é na realidade o que se está a verificar.