Relação velocidade/fiscalização vs mortes
#1

Ora bem, criei este tópico no seguimento de uma participação que tive num tema relacionado com controlo de velocidade que se faz nos outros paises, através de pórticos e calculando a velocidade média dos condutores, ao invés de existirem radares espalhados como temos por cá. Adiante.

A certa altura a conversa foi dar às mortes provocadas pela velocidade e se havia ou não uma relação, então eu fui à procura de algo que respondesse a isto e não sei se encontrei a resposta, mas encontrei realmente alguns dados.

Para quem tiver curiosidade, podem ler aqui um pouco da história do CE em Portugal.

http://www.ansr.pt/SegurancaRodoviaria/A...%A1ria.pdf

Destaco o seguinte:

Citar:O início desta viagem leva-nos ao século XX, mais concretamente a 1901(1) e 1911(2), anos da publicação dos primeiros regulamentos sobre circulação dos automóveis, nomeadamente as primeiras regras de circulação, bem como da aprovação do modelo de automóvel, livrete e exigência legal para a condução. Em 1901, o limite máximo de velocidade dentro das localidades era de 10 km/h.

Citar:O ano de 1928(3) trouxe a regra de circulação pela direita e a regra de cedência de passagem ao veículo que se apresentasse pela direita. Também o regime da circulação pedonal relativo ao atravessamento de vias foi consagrado, mediante a criação das passagens para peões. Foi também neste ano que foi instituído o sinal rodoviário de perigo. Por outro lado, o limite máximo de velocidade dentro das localidades passou para 30 km/h.

Citar:O CE de 1930(4) e Regulamento do CE de 1931 (5) introduziram a obrigatoriedade do uso de pneumáticos nos veículos automóveis, assim como consagrou o aumento da velocidade máxima dentro das localidades para 50 km/h. No que respeita à sinalização rodoviária, assinala-se a criação demais 12 sinais de trânsito.

Citar:O ano de 1954 será, porventura, um dos mais importantes na história da legislação rodoviária, ano em foi publicado um novo CE(6), o qual continha um conjunto de normas inovadoras. Destas, destaco o aumento da velocidade máxima dentro das localidades para 60 km/h, não existindo limites fora destas,e o acolhimento de normas decorrentes do direito internacional, nomeadamente da Convenção de Genebra de 1949, sobre trânsito rodoviário.

Citar:A década de 70 assistiu ao choque petrolífero, sendo que essa realidade influenciou a circulação rodoviária em Portugal, tendo sido fixados limites máximos de velocidade. Em 1973, foi fixado o limite máximo temporário de 80 km/h fora das localidades e de 100 km/h nas autoestradas (8). Em 1976,com a crise do abastecimento de combustíveis mais atenuada, os limites máximos de velocidade foram elevados para 90 km/h fora das localidades e 120 km/h nas autoestradas(9). Ainda na década de 70,em 1977, foi consagrada a obrigatoriedade do uso de cintos de segurança nos bancos dianteiros, fora das localidades(10).

Citar:Já no século XXI, o CE sofreu uma importante alteração em 2005(17), da qual resultou a redução dos valores do excesso de velocidade a partir dos quais as contra ordenações passam a graves e muito graves.

Então, houve uma certa altura do nosso CE que houve limite superior ao actual em cidade e sem qualquer restrição fora das localidades. Posteriormente foi introduzido limite, segundo o texto, devido a questões de escassez de combustiveis.

Depois foi à procura de dados sobre as mortes.

http://www.pordata.pt/Portugal/Acidentes...inente-326

Vejamos o seguinte, segundo a história do CE, em 1954 o limite de velocidade subiu para 60kmh em cidade e fora dela não havia limites. Resultado?

1960: 649 mortes
1961: 738 mortes
1965: 920 mortes

Foi aumentando. Em 1970 o número já tinha aumentado para 1417 mortes! Relembro que antes de 1954 o limite era de 50kmh em cidade.

Em 1976 quando introduziram o limite máximo, após o limite temporário, o número de mortes estava nesse ano com 2594 (aumentou). No entanto, em 1977 já tinha baixado significativamente para 2153.

Relembro que em 1998 o CE já tinha as velocidades que ainda hoje conhecemos, e podemos verificar que uma vez que existia penalização na condução a altas velocidades e álcool, as mortes em 1998 ficaram-se em 1865, tendo vindo a baixar de ano para ano.

Será isto tudo, pura coincidência? Será que tem apenas relação com a maior segurança dos nossos veículos?

Que têm a dizer?
Responder
#2

Eu acho que devia haver uma velocidade obrigatória. Se todos andássemos a 80km/h, ninguém batia em ninguém.
Responder
#3

David.... tens noção que arranjaste lenha para te queimares? lol

[Imagem: QKmafvp.png]
Responder
#4

(01-12-2015 às 16:15)Cloud Escreveu:  Eu acho que devia haver uma velocidade obrigatória. Se todos andássemos a 80km/h, ninguém batia em ninguém.

Mas se fossem todos à mesma velocidade, não poderia existir ultrapassagem por exemplo. Não podemos pensar só e apenas nas autoestradas, muitos dos acidentes mortais até nem são em AE, são fora dela, onde também muitos são apanhados com os tais "radares em cima da moita" lol

(01-12-2015 às 16:18)carlos-kb Escreveu:  David.... tens noção que arranjaste lenha para te queimares? lol

Claro que sim, mas uma discussão faz-se com argumentos de ambos os lados e serve para nos enriquecer.
Responder
#5

(01-12-2015 às 16:22)OFFICER Escreveu:  Claro que sim, mas uma discussão faz-se com argumentos de ambos os lados e serve para nos enriquecer.

Epa.... que chatice.... discutir coisas com argumentos! Ter que escrever e confrontar ideias?! E fazer os outros lerem os nossos contra-argumentos??!!!

Não é mais fácil postar imagens?! bigsmile











Logo já respondo.... quando tiver tempo e não estiver a fazer um novo episódio da crónica! lol devil

[Imagem: QKmafvp.png]
Responder
#6

(01-12-2015 às 15:47)OFFICER Escreveu:  Que têm a dizer?

Era mais fácil dizeres o que pretendes provar!  blink

Se quiseres também consigo formular uma teoria que prove que o numero de mortes nas estradas são uma consequência direta do declínio no número de piratas desde o século XIX!

Não dá para tirar grandes conclusões só com aquela informação.
Sobretudo ignorando outros dados de extrema importância como o numero de veículos em circulação que existia em cada um desses anos!

Se pensarmos que nos anos 60 nem todas as familias tinham um carro e hoje deves ter dois ou mais carros por família... andar a 50 ou 60 é quase irrelevante.
Responder
#7

Eu apenas li os dados e interpretei que possa haver uma relação, não podendo provar qualquer situação concretamente por falta de dados especificos, como por exemplo, número de acidentes provocados pela velocidade versus restantes.

No entanto, a tua parte final, pode argumentar o lado da velocidade ou o outro. Ora se por um lado nos anos 60 havia menos carros e mais espaço para andar, por outro lado hoje em dia existem mais do triplo de carros e os acidentes diminuiram, dando enfase a que realmente a fiscalização também possa funcionar, embora com o aumento de carros exista menor espaço para maior velocidade.

Não podemos também esquecer que antigamente não havia autoestradas e depois passou a haver.

Realmente ainda não consegui obter dados de veiculos nos respectivos anos, mas que à partida, todos sabemos que existem em número muito superior.
Responder
#8

(01-12-2015 às 16:40)OFFICER Escreveu:  ...dando enfase a que realmente a fiscalização também possa funcionar...

Obviamente que a fiscalização funciona.
Não é preciso grande ginástica mental para se perceber isso.
E não precisas de recorrer a estatísticas para o provar!  blink

O problema muitas vezes levantado relativamente á fiscalização é outro:
Deve-se ao facto da "fiscalização" ser o argumento recorrente para determinadas praticas que não têm como objectivo diminuir a sinistralidade mas sim recolher receitas para o Estado.
E esse é um tema que já foi amplamente discutido por aqui.
Responder
#9

Qualquer fiscalização tem como base sancionar terceiros e obter receitas com isso. Tu referes precisamente os radares que são colocados em pontos estratégicos, no entanto, não referes por exemplo operações STOP colocadas em pontos estratégicos também e em dias e horas especificos.

Qual é a diferença quanto a estas duas fiscalizações?

Uma coisa é certa, deveria haver ainda mais fiscalização, não focada apenas nestes 2 pontos, mas sim também em certas manobras no acto da condução que também são perigosas.

De qualquer forma, a questão deste tópico não é propriamente a fiscalização mas sim verificar se existe um rácio entre aumento/diminuição da velocidade permitida face à mortalidade na estrada.
Responder
#10

As fiscalizações podiam servir para educar os senhores condutores.... multando-os forte e feio... assim nunca mais se esquecem...

[Imagem: SM4eYt9.png]
Responder




Utilizadores a ver este tópico: 1 Visitante(s)