Boas....
Em primeiro lugar, há que enaltecer o contributo do Pires para este tópico. Muito bem!!! Sinal que quando quer, também sabe escrever e dizer coisas concisas e coerentes.
A sigla VFR (ou "interceptor", para os amigos) é algo que é indissociável do passado recente da marca do Sr. Soichiro.
Sempre foram modelos que me "encheram as medidas"... com o grande inconveniente que para comprar qualquer uma delas, também sempre foi necessário algo mais bem cheio, que apenas "as medidas"... neste caso, a carteira. E mesmo no mercado de usadas, basta ver o quão valorizadas continuam, pelos preços, por vezes obscenos que pedem por elas, apesar da idade.
Acho que as VFR se tornaram únicas, pois mais nenhuma marca apresentou ou tinha algo parecido. Uma assumida sport-turismo de garra, com detalhes delíciosos. Uma moto de uma fiabilidade incrível, com um brutal V4, e com alguns pormenores de registo, como (mediante a versão), o monobraço, o dual-CBS ou a cascata de carretos.
Ainda tive oportunidade de conduzir umas quantas... e todas elas 750, especialmente as RC36 (de primeira e segunda geração). A 750R (RC30), bem como as VFR400R(NC30), as 800Fi ou as V-tec, infelizmente nunca experimentei nenhuma.
E conheci um tipo que até teve duas.... uma 800Fi e uma 400R (só não experimentei assim, porque não se proporcionou).
A versão que mais gostei, foi também a RC36 II, de 94 a 97. Pelo seu motor, pela particularidade da distribuição em cascata (que tenho pena que tenha sido abandonada com a geração V-tec), por ter aquele bonito monobraço e jante traseira.... e pela forte inspiração estética na coqueluche da época que era a NR750.
Se foi a melhor? Não sei.... Acho que perguntar qual a melhor VFR de sempre, acaba por ser tão ambíguo como perguntar qual a melhor sexy-symbol de sempre? (Com a devida diferença que experimentar uma VFR ainda assim, acaba por ser mais fácil que experimentar certas sexy-symbol
)
A 800Fi depois ficou estranha, com adopção daqueles dois radiadores laterais (apesar de continuar a gostar bastante das suas linhas). Mas os radiadores laterais acredito que comprometam a eficácia, quando comparados com a eficácia que de um radiador frontal. E pelo menos e a julgar pelo que o Pires diz, dá para fritar tintins!
Por acaso, a 800 Vtec ainda chegou a ser uma forte possibilidade, quando comprei a moto que tenho actualmente. E não tivesse ela o tipo de transmissão que tem, possivelmente teria sido a eleita. Neste aspecto, enalteço a recente irmã maior, a 1200F, por sabiamente terem optado por um sistema de cardã (não obstante dos inconvenientes que isso também traga, especialmente no que concerne ao aumento de peso).
Ainda em relação à actual 800F, é praticamente o único "handicap" (para mim) que lhe vejo, o recorrer a corrente. Contrariamente a isto, acho que a moto está extremamente conseguida, e o voltar ao "ar de família", coisa que a V-tec já se afastava com algum radicalismo evidente, é de enaltecer.
Por outro lado, a 1200F realmente, também me enche as medidas, como já o demonstrei por diversas vezes, sendo (ainda) uma real possibilidade de evolução! Não há vez nenhuma que a veja, que não vá espiolhar cada detalhe.... e talvez por isso me tenha apercebido de certos pormenores mais negativos, que não jogam a seu favor.
Falta-me ainda a prova dinâmica. Pelos vistos testar a dita, tem sido o "cabo dos trabalhos".... especialmente quando me inscrevi para TD, e quando a moto estava disponível (que ia rodando os concessionários), não tinha eu possibilidade de agenda... depois, mais tarde volto-me a inscrever, pelo site, em novo TD, e passado uns dias me me telefonam dizendo que não têm motos disponíveis (mas davam essa possibilidade no site). Ou ainda, certos amigos que gentilmente me oferecerem essa possibilidade, para testar a motos deles, mas depois, com uns copos à mistura, obviamente essa possibilidade ficou fora de questão (para a próxima, o TD faz-se antes do jantar
). Por isso a coisa não tem sido fácil.
Mas de todo, não quero mudar de moto, na ignorância, apesar de tudo o que de menos favorável têm dito em relação à mesma. Hei-de pois arranjar maneira de experimentar uma 1200F, que seja.
Por fim.... só tenho pena que haja por aí umas "bastardas" a carregarem a mítica designação VFR. Nesta caso, as crossrunner e as crosstourer. Apesar de recorrerem à motorização da 800 e da 1200, respectivamente, acho que é muito mais o que as afasta do conceito VFR e com o qual nos identificamos, do que o que as une a esse mesmo conceito. Acho assim um erro de "branding".