Marca de Motas Ilegal
#1

No último fim-de-semana teve lugar o Setúbal Custom Weekend, onde entre várias apresentações de construtores foi apresentada a marca de motas portuguesa... Ilegal.

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Citar:ILEGAL: a marca de motas portuguesa criada por três amigos setubalenses

De ilegal tem mesmo só o nome. A marca está registada e vai participar no concurso de construtores da Setúbal Custom Weekend.

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António Mendes e João Frazão conheceram-se, em 2016, quando foram trabalhar como operadores para a mesma fábrica em Setúbal. Nessa altura, António, de 47 anos, estava a tirar o curso de Engenharia Mecânica, no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). Em conversa, os setubalenses descobriram que eram os dois apaixonados pelo universo das motas. Por isso mesmo, o projeto final de curso de António foi precisamente a construção de um quadro de uma mota.

“Comecei a conceber o quadro com a ajuda do João. Esse projeto acabou por ser um dos selecionados para participar no concurso nacional Poliempreende que juntou 460 projetos de 19 politécnicos do País, em 2017”, conta à New in Setúbal, António Mendes.

António passou as várias fases da competição e ficou em primeiro lugar. Para o setubalense, a vitória no concurso foi “uma rampa de lançamento e um incentivo” para desenvolver a ideia de criar um quadro que pudesse ser legalizado em Portugal.

Uma vez que era aluno no IPS, António aproveitou as instalações da incubadora de empresas da instituição para testar o equipamento. “O quadro passou por testes de fadiga no IPS, certificações de soldadura, entre outras avaliações, até ser certificado pelo IMT”, conta João Frazão, de 42 anos.

O processo até o quadro ser legalizado demorou bastante tempo. No entanto, em 2017, foi registada a empresa Blue River Choppers, representante da marca ILEGAL, lançada depois em 2018. A ILEGAL é uma marca de motas certificada e 100 por cento setubalense.

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O nome foi escolhido para servir de trocadilho. “Quando alguém quer obter certificações nesta área, em Portugal, tudo o que as pessoas possam fazer é considerado ilegal pelas entidades reguladoras. Por isso, como foi um processo tão demorado com várias burocracias pelo meio até tudo ficar certificado, achámos piada em dar-lhe o nome de ILEGAL para mostrar que conseguimos que as nossas motas fossem legalizadas”, explica Nuno Santos, de 44 anos, que entretanto se juntou a António e João na construção dos quadros.

Até agora, a ILEGAL tem três motas no seu catálogo: a Little Devil; a Kamikase e a Little Bastard. Os motores são da Harley, mas os quadros são criados pelos três construtores, o que torna os modelos exclusivos e irrepetíveis.

Por exemplo, a Little Bastard é uma homenagem a James Dean. O nome foi escolhido precisamente por ser a alcunha dada ao Porsche onde morreu o ator americano. As motas da ILEGAL, com um design característico dos anos 70, podem chegar aos 25 mil euros e são totalmente personalizáveis. Aliás: o slogan da marca é mesmo esse: “You dream. We build”.

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“Os clientes interessados em comprar uma mota da ILEGAL podem contactar-nos e escolher tudo, desde as cores, estofos, espelhos”, refere João. Se quiser saber mais informações sobre os modelos da ILEGAL pode enviar um email para ilegal.eng@gmail.com ou consultar as páginas de Facebook e Instagram.

A ILEGAL vai participar no concurso de construtores Setúbal Custom Weekend

Em 2019, a ILEGAL participou na Setúbal Custom Weekend, o maior festival customização do País e ganhou o Invitational”. Essa competição reuniu 11 construtores nacionais, que foram desafiados a apresentar um projeto de construção e customização de uma mota.

Na edição deste ano, que decorre este fim de semana (16 e 17 de outubro), a marca vai voltar a participar no concurso de construtores com a mota Little Devil. Além disso, a ILEGAL estará presente num stand no interior do recinto, instalado na Avenida José Mourinho. “O nosso objetivo é mostrar às pessoas o trabalho que desenvolvemos e dar visibilidade às nossas motas, algo que foi possível nos últimos dois anos devido às restrições da pandemia”, afirma João Frazão.

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Fonte: New In Setúbal
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#2

Merecem todo o respeito e admiração. Foram em frente e já conseguiram fazer alguma coisa que se veja.

Se as inspecções reprovarem estas motos por motivos ridículos ficamos a saber que estamos num País anti-trabalho e anti-iniciativa.

A UE tem as costas largas.

Só desejo sorte e força a estes empreendedores.
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#3

Portugal é exímio nisso mesmo... em "matar a galinha" que costuma dar ovos....
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#4

Basicamente são aquilo que a Art On Wheels já foi aqui há uns anos atrás.

As motos preparadas e modificadas por eles saiam inclusivé com a marca registada no próprio livrete. Nem sei se ainda existem.

[Imagem: QKmafvp.png]
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#5

(23-10-2021 às 18:27)carlos-kb Escreveu:  Basicamente são aquilo que a Art On Wheels já foi aqui há uns anos atrás.

Esses chamavam-se OnWheels Motorcycles e era ali na Jardia, entre o Montijo e o Pinhal Novo.
O que eles faziam era "customs" a partir de uns "kits" que garantiam logo à partida a homologação.
E claro, eram registadas e comercializadas com o nome deles.

Penso que essa actividade não durou muito.
Que ainda se mantiveram activos, mas como oficina.

Cheguei a passar com regularidade em frente ao barracão deles.
Raramente vi as portas abertas. E há uns meses atrás pareceu-me que agora é uma oficina de automóveis.

A "Art On Wheels" é outra casa que não tem nada a ver.
É uma das muitas que surgiram num passado mais recente, rico em barbas e flanelas.
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#6

(25-10-2021 às 16:59)dfelix Escreveu:  Esses chamavam-se OnWheels Motorcycles
A "Art On Wheels" é outra casa que não tem nada a ver.

Isso. A semelhança de nomes criou aqui este pequeno memory disturb! shy

Eram presença habitual nas custom farms.

[Imagem: BT7WUcA.jpg]

[Imagem: QKmafvp.png]
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#7

Há uma actividade potencialmente em risco, penso que se efectivar a reprovação destas motos devemos planear uma acção credível e consistente.

Na minha óptica o que mexe com o ganha-pão honesto das pessoas deve ser sagrado. Mesmo que não seja ganha-pão é uma actividade. Muitas grandes empresas cotadas em bolsa começaram assim.

Um dia destes entram-nos em casa e apreendem-nos os utensílios de cozinha por falta de licença para cozinhar.
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#8

mesmo top para as inspecoes

Ditadura dos Flocos de Neve
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#9

Estando homologadas e legalizadas, não estou a ver o problema desta marca no que diz respeito a inspecções...
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#10

Se está tudo homologado, não há problemas. Em Países civilizados é assim que funciona.

Vamos aguardar pelos factos no terreno. Terá de existir possibilidade de defesa legal do proprietário. Isto não são automóveis, já não existem peças originais para muitas motos com mais de 30 anos.

Eu até os reflectores laranja e os autocolantes originais da gasolina mantenho.

Suspeito que os centros de inspecção serão o novo El-Dorado para muita gente bem posicionada na engrenagem.
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