(17-04-2019 às 10:56)dmanteigas Escreveu: O que quis dizer é que neste país, só quem tem poder reinvidicativo é que protesta e regra geral até são esses que por comparação têm as melhores condições
(...)
Relativamente à justiça ou injustiça dos vencimentos, quando se avalia esta problemática há que ter sempre em questão vários fatores: qualificação necessária, especialização, responsabilidade atribuida e claro, a velha questão da "oferta e da procura".
Não faço ideia das condições destes profissionais em específico.
Mas ainda recentemente ocorreu uma situação que é precisamente oposta ao que descreveste.
Refiro-me à greve cirúrgica dos enfermeiros.
Uma greve que apesar de praticada por uma área específica, foi em nome de toda a classe profissional.
E porquê? Porque grande parte das áreas de acção pura e simplesmente não há esse poder reivindicativo devido ao código deontológico.
Têm direito à greve? Têm. Mas têm de fornecer serviços mínimos. E quando no presente já se funciona perto desses mínimos (relativamente ao sugerido pela OCDE) pouca diferença se sente quando há greve.
Daí que nas cirurgias devido à existência de agendamentos e uma noção de prioridades seja mais fácil de gerir do que que será por exemplo numa urgência.
E lá está... não vejo melhor exemplo em que qualificação necessária, especialização e responsabilidade atribuída não faz justiça aos vencimentos.
E a injustiça agravou-se quando outras classes sem o mesmo nível de qualificação e responsabilidade (como administrativos ou técnicos de radiologia, análises, etc) tiveram seus direitos repostos e auferir em vários casos superiores.
Poderíamos aqui divagar sobre a oferta ou procura.
Mas realidade é que os vencimentos são tabelados pelo que a ideia de se andar a papar entrevistas pedindo mais para ver se cola (como eu faço na minha actividade profissional) está fora de questão.
Se existem algumas semelhanças entre estas duas greves... não sei te responder.
Mas o poder reivindicativo não é igual para todos.
(17-04-2019 às 11:57)Johnny_1056 Escreveu: Pegando nos dois exemplos de profissões que expuseste: camionista e enfermeiro; tudo depende das condições em que estás, pelos vistos agora estás a precisar mais de gasolina do que de cuidados de enfermagem...
Olha que desde as filas nas urgências ás listas de espera para consultas e cirurgias, o cenário é capaz de não ser assim tão diferente do que as filas que se está a assistir para abastecer.
A grande diferença é que a escassez de recursos e a morosidade do sns passou a ser algo visto como... normal!