DIY - Torno de Bainhas
#1


Como é do conhecimento geral, o Culto da Mota não é só andar nelas, mas também conhece-las a fundo, cuidar delas e uma aprendizagem constante que nos enriquece cada vez que montamos na mota.




Isto obriga a que aprendamos como é a nossa mota por dentro, estudando nos manuais as suas entranhas, conhecendo cada técnica e lidando com instrumentos/ferramentas que não são muito comuns.




No apartado das ferramentas, a coisa pode ser cara, pois as ferramentas específicas para a mota normalmente vão adornadas com preços proibitivos. Para evitar gastar dinheiro em ferramenta, em casos muito específicos e de fácil fabrico, acabo por fazer eu as minhas próprias ferramentas.




Este DIY relata como idealizei e construí um torno para as bainhas/barras da suspensão dianteira.


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#2

construíste o que? nao vejo nada! devil
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#3

(25-04-2020 às 11:44)Nfilipe Escreveu:  construíste o que? nao vejo nada! devil

Era o prefácio. Agora faltam os capítulos seguintes. blink
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#4

Os materiais necessários para a construção de um Torno de Bainhas são Madeira, varão de ferro M10 e barra de ferro 25x2,5mm, tudo material reutilizado de outras aventuras vividas. A madeira pode ser um barrotes de 60x60mm de pinho de Flandres, que é uma madeira leve, fácil de trabalhar e o mais importante, que se deforma, mantendo assim a integridade dos tubos das bainhas oferecendo um bom agarre/aperto as mesmas.








Como a madeira é reutilizada convém lixar de forma a tirar o maior, uniformizando a superfície, tornando mais fácil a traçagem das linhas a carvão que pouco a pouco vão moldar a madeira. Depois de lixada, cortam-se 3 pedaços de barrote com uns 15cms de longitude. Dois serão as faces do torno, que apertam a bainha, e um terceiro que será fixado perpendicular a uma das faces do torno, para servir de braço que aperta ao torno convencional da bancada de trabalho.








Depois de cortada a madeira, começamos a trabalhar nas faces do torno, marcando nelas, a cama das bainhas e a furação necessária para os varões roscados que permitirá a mobilidade de uma das faces do torno.








Como tenho varias motas com distintos diámetros de Bainhas, a cama das faces do torno foi pensada a acomodar bainhas que vão dos 28mm até aos 50mm de diámetro. Não é obrigatório que dê para diâmetro diferentes, mas já que um gajo está com o trabalho, ao menos que dê para uma variedade ampla de secções.








Na face fixa do torno, nas costas desta face, com o for mão, vamos moldar o assolapamento da chapa metálica que serve de base aos varões roscados. Este assolapamento tem uns 50mm de largura e uns 3mm de depressão, para que a chapa fique completamente integrada na face fixa do torno.








Entretanto abrimos a furação por donde vão residir os varões roscados. Neste caso, o centro do furo está a 25mm da extremidade da face. Na face fixa tem um diâmetro de 10mm e na face móvel o diâmetro é de 14mm para permitir o acomodamento da bainha à cama quando se apertam os varões roscados.








E já que estamos com o berbequim na mão, aproveitamos e abrimos um furo na esquina da cama de cada face do torno, para em seguida tomar o formão como elemento moldeador e fazer em ambas faces a cama de alojamento das bainhas.








Depois de, em rasgos gerais moldar a cama nas faces do torno, voltamos a montar o rolo de lixa no berbequim para dar-lhe a forma final.








Agora só falta acabar, mas isso fica para depois...








E esta é a visão geral do torno, com ambas faces e a cama que a junção das faces forma, onde a bainha se vai alojar quando estivermos a trabalhar nela.




O próximo passo vai ser passar a fase ferrosa da questão.


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#5

Por favor não te despeças ainda do teu emprego.
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#6

(25-04-2020 às 16:43)pareias Escreveu:  Por favor não te despeças ainda do teu emprego.
savage areias

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V
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#7

Provavelmente se fosse gajo que percebesse alguma coisa de mecânica e me predispusesse a fazer este tipo de manutenção, não me daria ao trabalho de fabricar artesanalmente este tipo de ferramenta e desenrascar-me-ia (ou não) de forma mais tosca.

Posto isto, percebo a utilidade, e não critico. Agora é dar-lhes uso para justificar o trabalho que deram a fazer! bigsmile thumbsup
Pelo menos não são proteções de punho feitas em cartolina... devil

Em relação os críticos, fico ansiosamente a aguardar os vossos tutoriais DIY. É sempre bom ver aqui o tasco enriquecido com conteúdos de qualidade (só para variar de engordar os tópicos sobre roupa suja, clementinas e vendedores da suzuki). Estou ansioso por aprender com quem realmente sabe. V
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#8






Como o material é todo reutilizado, cortei dois pedaços de barra 25x2,5mm para os unir. O objectivo é que exista uma base suficientemente larga para servir de suporte tanto a face fixa do torno, como rabo do torno, suportando assim o peso da bainha sem que o torno corra o risco de se partir (o pinho de Flandres é fixe porque se molda bem, mas pode partir-se com alguma facilidade quando submetido a esforços).








Com as soldas feitas, teremos que desbastar o excedente para alojar e soldar os barões roscados. Não nos podemos esquecer que, se vamos trabalhar com bainhas de várias secções /diâmetros, o comprimento dos barões deve permitir o distanciamento necessário das faces do torno para apertar as bainhas.








Soldar e devastar o excedente.








Depois de acabadas as tarefas de soldadura, tratamos de "moldar"o ferro as nossas necessidades.








O primeiro passo é a furação. Ao centro dois furos para que o corpo metálico possa ser apertado ao rabo do torno. Nas esquinas uns furos de menor diámetro que afixam o corpo metálico ao assolapamento da face fixa do torno.








Agora tratamos da rosca, com este desandador que vai lavrando a rosca no varão metálico. Uma vez mais, convém recordar que se o torno for para usar com diâmetros de Bainhas diferentes a área roscada deve ser acordo com as diferentes dimensões das bainhas.








Para terminar, cortamos um terceiro pedaço de barra metálica, para depois abrir nela os furos. Esta peça será o reforço/batente que permite aplicar a força de aperto das porcas de orelhas sem que estas deformem a madeira da face móvel do torno.


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#9

(26-04-2020 às 15:33)marco.clara Escreveu:  Provavelmente se fosse gajo que percebesse alguma coisa de mecânica e me predispusesse a fazer este tipo de manutenção, não me daria ao trabalho de fabricar artesanalmente este tipo de ferramenta e desenrascar-me-ia (ou não) de forma mais tosca.

Posto isto, percebo a utilidade, e não critico. Agora é dar-lhes uso para justificar o trabalho que deram a fazer! bigsmile thumbsup
Pelo menos não são proteções de punho feitas em cartolina... devil

Em relação os críticos, fico ansiosamente a aguardar os vossos tutoriais DIY. É sempre bom ver aqui o tasco enriquecido com conteúdos de qualidade (só para variar de engordar os tópicos sobre roupa suja, clementinas e vendedores da suzuki). Estou ansioso por aprender com quem realmente sabe. V

Talvez por achares que não percebes da poda te pareça tão complicado o fabrico deste tipo de ferramentas.
Mas estou certo que a necessidade aguça o engenho e como tal, se tivesses real necessidade, tu punhas mãos à obra.
Salvo a parte cromada das barras da suspensão (que tambem é delicada)o corpo da mesma esta feito em aluminio. Como o aluminio é um metal muito suave e neste caso facilmente deformavel, este torno pretende apertar estas peças para que se possa trabalhar nelas sem que estas sufram danos!
Sim, pode ter um resultado tosco e até nem ter qualidade de construção, mas tenho uma instrumento que me permite trabalhar nas suspensões sem medo, para alem de que não necessito de ajuda de mais ninguem!
Com sorte, ainda vão ter a oportunidade de ver esta ferrementa em acção. V

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#10

Marco: saberás que eu mantive um tópico sobre pinturas noutro local, durante anos, e fui brutalmente criticado por isso.
Se fosse só a crítica, mantê-lo-ia, mas a situação agravou-se a um ponto de não retorno. Saí porque constatei isso mesmo que estás a constatar agora.

No Motonliners tentei falar sobre primários epoxi e fui também violentamente criticado porque alegadamente tinha feito um péssimo trabalho na "pintura" do subquadro da CBF. Não fiz qualquer pintura do subquadro, apliquei alcatrão com um pincel para que o futuro proprietário não tivesse problemas de oxidação.
O mesmo "especialista" escreveu que "não se deve remover o primário de fábrica". Assim não vale a pena.

Ainda sobre a afinação da corrente, aqui no Motonliners há cerca de 3 anos, até as ferramentas Kraftwerk que usei foram criticadas.

Recentemente tentei falar no assunto das "mods" no tópico certo e houve alguém que respondeu de forma agressiva, tendo mudado o artigo com fotos para outro tópico.

Muitos, eu incluído, apreciamos o DIY e temos esse "bichinho". Cheguei a fotografar o "estaminé" com o equipamento, tal e qual o LoneRider está aqui a fazer.

Existe em todos nós uma candura uma franqueza natural que se dissipa sob acção do cinismo, da precipitação de argumentos e das sentenças.

Vou voltar a fazer a experiência, vamos observar o que ocorre.
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