(07-05-2018 às 14:11)dmanteigas Escreveu:  A "crise" acabou, a procura de uma forma geral aumentou logo os preços tendem a aumentar

Não só nas motos, mas na generalidade... o "bom ambiente" económico incentiva a isso. As pessoas já não se retraem a gastar e propicia um aumento generalizado de preços.

Tenho um bom "retrato" disso ainda do dia de ontem... e que me levou a comentar precisamente isso que afirmas, Manteigas.

Fui em toada de passeio para a zona do Médio Tejo. Pelas 13h, andava pela zona da Barquinha / Tancos / Constância, decidi ir à procura de um restaurante para almoçar. Só no sexto restaurante é que consegui mesa... tudo cheio e mesa só com reserva ou com esperas até 1 hora ou mais. Éramos "apenas" 4.

Em qualquer desses restaurantes, os preços por pessoa  (refeição completa) ficavam-se em média, na casa dos 15 a 20 euros.

Crise??? Quais crise???

P.S. - Curiosamente num deles, vi isto...

(07-05-2018 às 12:42)Almareado Escreveu:  

(07-05-2018 às 12:25)VMassa Escreveu:  A meu entender trata-se de um fenómeno chamado "Elasticidade da oferta e da procura", neste caso da procura.
Uma vez que a procura por motos tem aumentado, os concessionários têm tendência a aumentar o preço até ao ponto máximo de lucro. Isto é até ao ponto que, mesmo diminuindo residualmente a procura, este aumento de preço se traduza num aumento do lucro efectivo.

Concordo.

Mas neste caso arriscamos-nos a meter também ao barulho a teoria da utilidade marginal.
Sendo que, para quem já tem moto, a utilidade marginal que obtém da substituição da moto usada por uma moto nova não compensa o aumento do preço que se tem verificado (tanto nas novas como nas usadas). Sucederá assim que quem já tem moto tenderá a prolongar a sua substituição por uma nova.

Associado ao facto de o mercado usados também andar puxadinho associado à incerteza de eventuais problemas/reparações, sim acho que o negócio com menos prejuízo é ir-se mantendo o que se tem até um beco sem saída, seja por características ou necessidade de troca.

Além disso, acho um princípio bonito. Estimar, cuidar, aprender a valorizar, o que temos e tal...

(07-05-2018 às 14:30)carlos-kb Escreveu:  P.S. - Curiosamente num deles, vi isto...

Fizeste bem não provar! Provavelmente era muito picante para ti...

(07-05-2018 às 13:49)nelsonajm Escreveu:  

(07-05-2018 às 10:39)Almareado Escreveu:  

(06-05-2018 às 22:41)nelsonajm Escreveu:  As motas não estão caras... Nós é que ganhamos pouco.

A questão não é se estão caras ou baratas. A questão é porque estão mais caras.

Não estão mais caras... Nos é que ganhamos cada vez menos...

Nelson as motos estão mais caras, isto é um facto. Basta ver o meu primeiro post onde destaquei o aumento de preços em várias marcas. Até a Suzuki, marca que tu bem conheces e que nos últimos anos se tem apresentado como mais conservadora, aumentou os preços em praticamente todos os seus modelos, desde Sv-650 às V-strom. A GSR750 quando foi lançada em 2011 custava 8700€, agora está a 9400€, mais 700€.

Ó Almareado,

Alguns dos valores que indicas foram atirados meio por baixo.
Nomeadamente o das MT's que [url="https://web.archive.org/web/20140712145204/http://www.motociclismo.pt/index.php?option=com_novas&Itemid=141&maid=53"]em 2014[/url] eram um "bocadinho" superiores.
Isto sem considerar que na altura os modelos base de praticamente tudo o que havia à venda não tinha ABS. Algo que após a introdução do euro 4 passou a ser obrigatorio.
Portanto, uma comparação mais justa terá que ser com as versões ABS da altura. E ainda assim estamos a inorar uma série coisas irrelevantes mas que elevam o preço.

A SV650 está mais cara mas a folha de specs está mais atractiva e dentro do que oferece a concorrência.

E a F800GT será naturalmente sempre uma opção cara.

(02-05-2018 às 15:40)Almareado Escreveu:  Estamos a falar de motos que nada têm a ver com segmentos da moda, que são as café racers/scrambler/adventures..

Adventures são os pontapés...
Mas... vês assim tantas café racers/scrambler a circular?

(02-05-2018 às 15:40)Almareado Escreveu:  Porque é que isto está a acontecer?

Quem é o cabecilha deste cartel?

A razão mais evidente e com maior influência de todas é o facto de vivermos numa economia de bosta, com um custo de vida elevado.

Depois...

As motos estão mais caras de produzir.
Pois existe todo um conjunto de restriçõezinhas e obrigaçõezinhas que os construtores têm de contornar.

As motos estão mais caras de importar.
Há razões cambiais (o euro andou fraco) e cada vez mais taxas e taxinhas, algumas por razões ecológicas e outras nem por isso que tornam o preço final mais caro.

Estão praticamente extintas as entidades que operavam como importadores.
Loog, importação e distribuição está cada vez mais centralizada pelo que cada vez mais somos um cliente dos distribuidores ibéricos que definem quanto as coisas devem custar cá.

Há uma maior exigência no que diz respeito a assistência e pós-venda.
E sobretudo requisitos impostos pelos próprios construtores a que os agentes e concessionários são obrigados a seguir.
E isto tem que se pago.

Depois... também aumentou a procura.
A lei das 125 e toda uma vaga de novos motociclistas que acabaram por tirar a carta e evoluir para outras cilindradas tirou de certa forma... tirou o mercado da merda!
Poderíamos achar que vender até poderia baixar os preços...
Mas isto não é bem assim. Sobretudo quando ao longo de vários anos os preços não permitiam grandes margens e o ganho ocorria sobretudo com a manutenção.

Fora isto... haverá outro elevado numero de pequenas coisas que nem me ocorre...

(07-05-2018 às 12:51)pmp Escreveu:  

(07-05-2018 às 12:06)2low Escreveu:  Bem… já viram os preços das bicicletas? não se assustam?! "uma porcaria para dar aos pedais que custa tanto ou mais que uma moto…e pode não ultrapassar os 120/130kmh"   
(os amantes das bicicletas vão me cair em cima com este comentário mas acreditem que foi apenas por causa dos preços…)

Ando de mota (há pouco) e de bicicleta (há muito) e concordo que as bicicletas são caríssimas. Também é verdade que considero a minha bicicleta um pouco melhor do que "uma porcaria para dar aos pedais"   , mas reconheço que o valor da minha bicicleta (nova) já dá para comprar uma 500cc usada...

E se achas que os preços das bicicletas são altos, é melhor nem olhares para a manutenção. Eu faço BTT, que é muito mais agressivo para o material do que a estrada (tal como nas motas). Uma revisão (sem revisão de suspensão ou amortecedor), sem necessidade de trocar nada, anda pelos 25 a 30 € (não é mau dirão alguns) mas o problema é que para "a porcaria de dar aos pedais" andar em condições, faço 3 a 4 revisões por ano. Se fizeres revisão à suspensão, gastas no mínimo 75 € (1x ano), amortecedor 50 € (1x cada 2 anos). Corrente nova são 40 €, convém trocar cassete 50€ e a cada 2 correntes, prato pedaleiro (pelo menos o mais usado). Pastilhas de travão (2 a 3 jogos de pastilhas/ano) 15 €... 

Como em tudo, se queres ter o material em condições, tens que gastar. 
Pelo menos não gasta gasolina e a mini de fim de volta não está assim tão cara 

Aquilo da "porcaria de dar aos pedais" foi sem malicia, daí ter colocado entre aspas mas também como forma de me meter com a malta das bicicletas.
 

Quanto às manutenções das bicicletas já tinha essa noção. A ultima tentativa era tao "barata a manutenção" que foi arrumar na garagem dos pais e nunca mais peguei nela… depois vieram as "porcarias com motor e sem pedais" e deixei de pensar nas bicicletas.

Pode ser que com alguma brevidade volte a andar (para ir às compras) mas desta vez de pasteleira moderna: tem um leao e tudo à frente mas também foi-me oferecida.
 

quanto a isso das jolas… isso é compatível com qualquer malta de 2 rodas, ou por outras palavras… "uma porcaria qualquer"   

Além da explicação bem estruturada do Felix, adiciono uma coisa tão simples como a inflação que permite à partida também aumentos salariais que suponho mais ou menos todos vão tendo, e se nós ganhamos mais as pessoas nas empresas também, etc etc... No fundo é a tendência natural da economia os preços aumentarem, e embora tenha estado estagnada durante algum tempo já tem vindo a aumentar faz alguns anos.

(07-05-2018 às 16:38)dfelix Escreveu:  Ó Almareado,

Alguns dos valores que indicas foram atirados meio por baixo.
Nomeadamente o das MT's que em 2014 eram um "bocadinho" superiores.
Isto sem considerar que na altura os modelos base de praticamente tudo o que havia à venda não tinha ABS. Algo que após a introdução do euro 4 passou a ser obrigatorio.
Portanto, uma comparação mais justa terá que ser com as versões ABS da altura. E ainda assim estamos a inorar uma série coisas irrelevantes mas que elevam o preço.

A SV650 está mais cara mas a folha de specs está mais atractiva e dentro do que oferece a concorrência.

E a F800GT será naturalmente sempre uma opção cara.

(02-05-2018 às 15:40)Almareado Escreveu:  Estamos a falar de motos que nada têm a ver com segmentos da moda, que são as café racers/scrambler/adventures..

Adventures são os pontapés...
Mas... vês assim tantas café racers/scrambler a circular?

(02-05-2018 às 15:40)Almareado Escreveu:  Porque é que isto está a acontecer?

Quem é o cabecilha deste cartel?

A razão mais evidente e com maior influência de todas é o facto de vivermos numa economia de bosta, com um custo de vida elevado.

Depois...

As motos estão mais caras de produzir.
Pois existe todo um conjunto de restriçõezinhas e obrigaçõezinhas que os construtores têm de contornar.

As motos estão mais caras de importar.
Há razões cambiais (o euro andou fraco) e cada vez mais taxas e taxinhas, algumas por razões ecológicas e outras nem por isso que tornam o preço final mais caro.

Estão praticamente extintas as entidades que operavam como importadores.
Loog, importação e distribuição está cada vez mais centralizada pelo que cada vez mais somos um cliente dos distribuidores ibéricos que definem quanto as coisas devem custar cá.

Há uma maior exigência no que diz respeito a assistência e pós-venda.
E sobretudo requisitos impostos pelos próprios construtores a que os agentes e concessionários são obrigados a seguir.
E isto tem que se pago.

Depois... também aumentou a procura.
A lei das 125 e toda uma vaga de novos motociclistas que acabaram por tirar a carta e evoluir para outras cilindradas tirou de certa forma... tirou o mercado da m****!
Poderíamos achar que vender até poderia baixar os preços...
Mas isto não é bem assim. Sobretudo quando ao longo de vários anos os preços não permitiam grandes margens e o ganho ocorria sobretudo com a manutenção.

Fora isto... haverá outro elevado numero de pequenas coisas que nem me ocorre...

Obrigado pela resposta, valem sempre a pena.


Tudo isso são justificações bastante válidas, é certo...


...mas pronto, abri o tópico porque, e apesar de tudo o que já foi dito, continuo a ter aquele sentimento de que este aumento de preços, ainda que em parte, é injustificado.

(07-05-2018 às 22:01)michelfpinto Escreveu:  Além da explicação bem estruturada do Felix, adiciono uma coisa tão simples como a inflação que permite à partida também aumentos salariais que suponho mais ou menos todos vão tendo, e se nós ganhamos mais as pessoas nas empresas também, etc etc... No fundo é a tendência natural da economia os preços aumentarem, e embora tenha estado estagnada durante algum tempo já tem vindo a aumentar faz alguns anos.

Inflação tem sido residual...

Aliás, o Japão (sede de várias marcas importantíssimas no mundo das motas), andou durante vários anos com políticas financeiras agressivas para tentar combater a deflação.

(07-05-2018 às 12:42)Almareado Escreveu:  

(07-05-2018 às 12:25)VMassa Escreveu:  A meu entender trata-se de um fenómeno chamado "Elasticidade da oferta e da procura", neste caso da procura.
Uma vez que a procura por motos tem aumentado, os concessionários têm tendência a aumentar o preço até ao ponto máximo de lucro. Isto é até ao ponto que, mesmo diminuindo residualmente a procura, este aumento de preço se traduza num aumento do lucro efectivo.

Concordo.

Mas neste caso arriscamos-nos a meter também ao barulho a teoria da utilidade marginal.
Sendo que, para quem já tem moto, a utilidade marginal que obtém da substituição da moto usada por uma moto nova não compensa o aumento do preço que se tem verificado (tanto nas novas como nas usadas). Sucederá assim que quem já tem moto tenderá a prolongar a sua substituição por uma nova.

Totalmente de acordo!