03-12-2016 às 12:04
(02-12-2016 às 20:03)nelsonajm Escreveu:(02-12-2016 às 18:01)Nfilipe Escreveu:(02-12-2016 às 14:06)nelsonajm Escreveu: Nunca comprei uma moto a pensar que a ia vender passados alguns anos... penso sempre que é "aquela"... e que vai ser para o resto da vida... sou um romântico.
Em termos de curiosidade, o que foi te desapontando com o tempo que achaste que tinhas que trocar? Como chegaste a "marreca"?
Sei que provavelmente vou saber isso com o tempo mas concretamente o que se passou? O design deixa de ser apelativo, a potencia ja nao chega? o estilo de conduçao é cansativo?
Não foi que as outras me tivessem desapontado... são sintomas que só passado um tempo notas... quando vendi a BMW... foram 13 anos com aquela mota... e ao fim daqueles anos todos, fui ficando desiludido com ela... e então chegou a altura em que decidi voltar a ter uma Suzuki...
a "marreca" sempre foi o meu "unicórnio"... já tinha tido uma GSXR600... e na altura uma 1100 parecia-me demasiada mota para mim... mas ela sempre ficou na minha memória.
Podia ter comprado uma GSXR1000 recente com quase 200cv mas nunca foi esse o meu objectivo, em 99% dos motociclistas, nunca usam mais de 60cv da sua moto... o meu objectivo nunca foi potência... até porque se não encontrasse uma "marreca" no estado da minha... muito provavelmente a B650 que tive ficaria comigo muitos anos... se calhar para sempre... quero acreditar que sim...
Uma das condições que me levou a escolher a B650 na altura foi precisamente ser ainda uma moto muito "analógica"... para coisa electrónica tinha-me chegado a BMW que tive...
andei dois anos à procura duma GixxeR como a que tenho hoje... e o que paguei por ela dava para comprar motos muito recentes e grandes canhões... só que não eram uma GSXR daquela época, esta moto de cada vez que olho para ela, e que a conduzo, faz-me retroceder no tempo, e leva-me para uma altura em que as motos eram máquinas impiedosas, e em que sentias tudo quando as conduzias, e o computador de bordo, e a suspeição electrónica, e o botão de traction control eram coisas de ficção científica... e pouco relevantes....
É mais fácil conduzir uma BMW S1000RR que a minha mota... na BMW tudo é uma facilidade de tal forma como dar uma volta no parque... na minha GSXR... menino... deitas-te numa curva, se não tens cuidado ela espeta contigo no chão, tens de saber poupar os travões numa estrada de montanha... fazeres estadas sinuosas é suar forte e feio na certa.... e no fim até as mãos ficam vermelhas... e se a estrada tiver demasiadas curvas rápidas até te falta o ar... tens de abrandar para conseguires respirar... ela é uma senhora, que tem um poder de aceleração que actualmente não encontras no mercado... só mesmo experimentando é que se consegue perceber o que relato.
Bom post Nelson, obrigado pelo teu input.
Percebo o que queres dizer no entanto sempre tiveste uma marca e talvez um modelo que sempre tiveste o desejo de adquirir. Eu por outro lado adoro motas e andar de mota mas nao tenho nenhuma mota de "sonho" que desejasse ter. Por mais esquisito que isto soe para a maioria do pessoal aqui.
Aprofundado um pouco mais, na minha maneira de ver a mota é o intermediário de um prazer e uma satisfação, a viagem em si é a essência da satisfação, a mota o instrumento que nos permite desfrutar a viagem. Ou seja para mim o que importante nao é tanto a mota em si mas ter um veiculo, neste caso de 2 rodas que me permite fazer essa viagem. Se eu tivesse uma cb 500, continuaria adorar as minhas viagens, era diferente mas a satisfação iria la estar na mesma. Diferentes motas dao diferentes tipos de emoções, o modo como elas curvam, o modo como o acelerador reage e.t.c mas para mim no final do dia, a mota como ja disse é o intermediário para a realizar a viagem. Não tenho uma marca ou modelo icónico que meta no meu pedestal de 2 rodas!
Quanto a cena do "analógico" percebo e concordo praticamente a 100% contigo, aparte dos milhões de gadgets modernos nas motas, muitos deles inúteis, acho as motas modernas desprovidas de carácter, na parte estética, as linhas das motas modernas sao demasiado "frias" pouco expressivas e muito homogéneas. Qualquer mota dos anos 90 parece muito mais mota do que as motas modernas, algo que enche muito mais o olho, mais, ha 20 anos atrás nao existia a todas as paneleirices que as motas modernas tem e o pessoal curtia de crl na msm mas para nao parecer velho do restelo, lógico que todas as inovações introduzidas que proporcionem maior segurança e menos acidentes sao sempre bem vindas.
"em 99% dos motociclistas, nunca usam mais de 60cv da sua moto"
Ora outra grande verdade, da ai eu ter questionado ha uns tempos o porque de o pessoal precisar de saltar de 600 para uma 1000cc mas acabei por compreender tb que a 600 que tenho, é bastante boa, ha muitas 600 bem mais fraquinhas por ai o que faz com que o pessoal se aborreça delas mais rapido delas. Mas eu nem consigo usar praticamente metade do potencial da minha, para que querer mais por enquanto? Mas la está, as opiniões podem sofrer mudanças com passar do tempo, hoje penso assim, amanha talvez não.