Ora bem..... eu sou um degenerado de uma família que nunca gostou de motas. Tirando um tio que tinha uma EFS e um primo que tinha uma Honda CL70, as duas rodas a motor nunca foram grande atracção dos meus entes.
Ainda assim, deu para me tirarem uma foto em cima dessa mesma EFS, ainda com uns meses de idade. Eis o meu primeiro contacto com motos... no longínquo ano de 1976.
Entretanto enquanto criança, nas colecções de cromos que se faziam, as de motos eram sempre as preferidas. Para além das mais conhecidas, o meu imaginário divagava com nomes como Laverda, Norton, Bultaco, Triumph, Moto Guzzi, MZ, Benelli, Bimota, etc....
Sempre tive apetência para o desenho, e ainda hoje tenho muitos dos desenhos feitos com 10 ou mais anos, em que o assunto era muitas das vezes motos (como também carros). Adorava rabiscar e inventar modelos.
16 anos feitos, e a vontade era tanta, que mal pude, lá fui à Câmara Municipal inscrever-me para tirar a licença de ciclomotor. Lá me emprestaram uma Kwang Yang para fazer o (pseudo) exame. Com uns dinheiritos ganhos em trabalhos de férias, e tendo a licença, o passo seguinte era comprar ela mesma.... a mota! Mas na altura qualquer 50cc nova já custava uns nada módicos 350 a 400 contos. Uma japonesa estava fora de questão e mesmo as nacionais não eram tão assim mais baratas.
Entretanto num stand de motorizadas que ainda hoje existe, em Alverca (Moto-Verdelha), lá encontrei uma que se ajustava ao orçamento. Com 200 contos no bolso, e à revelia dos meus pais, lá fui com o Nelson (meu grande amigo desde há muitos anos), buscar então uma Famel XF25 S usada. De cor preta, já tinha ignição electrónica, avanços, jantes em alumínio, disco frontal, mono-amortecedor e refrigeração líquida.... um luxo para uma motorizada Made in Portugal. Mais tarde ainda lhe meti um escape de rendimento.
O motor era o famigerado Zundapp de 5 velocidades liquid cooled, e não havia japonesa 50cc de origem que o apanhasse.
Entretanto não mais parei. A mota proporcionava-me uma mobilidade e ia com ela para todo o lado, desde percursos para a escola, trabalho, ir ter com a(s) namorada(s), etc...
Ainda depois comprei uma Aprilia AF1 50, acidentada, com o intuito de a recuperar. Nunca foi a avante e acabou a ser vendida a peso a uma sucata, depois de ainda ter servido como dadora de peças.
Quando completei 18 anos, comecei a tirar a carta de carro e moto, ao mesmo tempo, e praticamente dispensei as aulas de moto, por já andar de motorizada há muito.
Entretanto entrei na faculdade. O percurso entre a Póvoa de Santa Iria e o Alto da Ajuda (25 kms) nos primeiros tempos foram feitos de transportes, pois tornava-se um percurso pesado (e caro) para fazer com uma 2 tempos.
Mas rapidamente dei conta que uma outra moto era o que precisava. E assim foi.... já com carta A (não existiam limitações como as de agora), lá fui buscar uma bonita CB Two Fifty verde metalizada.
A XF25S foi entregue ao meu irmão (que serviu de escola de aprendizagem também para ele), que mais tarde a kitou a 80cc.... e acabou a ser vendida a um colega da minha mãe por meia dúzia de patacos (se soubesse o que sei hoje ).
A CB Two Fifty foi assim, entre 1995 e 1998, a minha companheira diária, fosse para ir para a faculdade, como para passeio e até várias vezes ao Algarve ela foi.
Ainda assim, enquanto estudante universitário, arranjei trabalho em part-time num stand Honda. Era praticamente um "faz tudo", desde ajudar na oficina, fazer serviço no stand, ir buscar e entregar motas, representar o concessionário em eventos (FIL, encontros, etc)... foi aqui aonde aprendi também bastante sobre o mundo das motas, e o melhor.... a possibilidade de experimentar e conduzir tanta e tanta coisa diferente.
No entanto a vontade de querer ter algo mais persistia, pois os 21cv da Two Fifty começavam a ser manifestamente escassos. E assim, depois de muito procurar algo nas médias cilindradas, lá encontrei num stand em Almeirim que também ainda existe (Ribamoto) uma CB500 em estado imaculado, com pouco mais de 1 ano e ainda na garantia da marca. E voilá.... ficou lá Two Fifty, e veio a CB500.
Esta CB500 veio para a minha mão em 1998 e comigo ficou até 2007. Digamos que esta sim foi a grande escola. Dava para estar uma tarde a contar peripécias e aventuras vividas com ela. Cheguei a ir de férias para Espanha com ela. Era uma "bébé" quando a comprei (tinha apenas 11 mil kms).... despachei-a com 123 mil kms. Na altura em que a entreguei, ao vê-la subirem-na para o reboque, quando a vieram buscar, a minha (já) esposa chorou, tal foi a ligação que ela também teve aquela mota durante os tempos de namoro.
Tive então um período sem mota, porque entretanto o meu primeiro filho nasceu. Mas a vontade era muita, e já andava a ver o que comprar. O meu irmão porém, em 2008 decidiu trocar este cantinho à beira mar plantado, pelos Alpes helvéticos. E fez-me uma proposta.... eu ficar com a CBR600F dele a meu cargo, arcando com as naturais despesas de manutenção, seguro e IUC. E assim foi. A seguinte mota que ocupou o lugar vago na garagem foi uma CBR600F3, de 1998, preta com pintura personalizada.
Andei com a CBR durante uns 2 anos.... mas não era bem aquilo que gostava.... e para além da mota não ser propriamente minha.
Estava assim na altura de procurar algo novamente, de acordo com as minhas ânsias. O ponto de partida era então algo no segmento touring / sport-touring, que me desse conforto q.b., equipamento, que fosse algo fora do comum e menos visto.
Entre umas quantas opções das quais as que mais me fizeram ainda assim pensar foram uma VFR800 Vtec e uma R1150R.... mas aquela F800ST (com as quais eu já simpatizava desde que elas tinham sido lançadas, em 2007), com algumas soluções menos comuns como o bonito monobraço, transmissão "não" de corrente, motor estrutural com cambota de 360º, 3ª biela auxiliar e veio de equilíbrio (os tais "2,5" cilindros, ehehehe), e já contemplando uma serie de equipamento extra de origem, afigurou-se como correspondendo aquilo que procurava. E assim foi.... desde Fevereiro de 2010 que tem sido a minha fiel companheira. Só não ando com ela nos dias em que tal é impossível, seja pelas condições climatéricas, como pela logística familiar (escolas e infantários dos descendentes). Tinha precisamente 20.100 Kms quando veio para a minha mão. Irá (se tudo correr como previsto), completar 70.000 na próxima semana, no decorrer da RIM.
Já pensei várias vezes em trocar.... Mas depois quando penso melhor, para quê? Faz tudo o que as maiores fazem.... e com muito menos! Quem a conhece sabe o estado imaculado em que está, apesar de já ir a caminho dos 11 anos. As chatices que deu foram poucas ou nenhumas... e como em equipa que ganha não se mexe, vou-me deixando ficar, até ver.... até porque nos catálogos actuais não há muita coisa que me preencha totalmente o ego.... e as que há, são caras.... ou têm fama de problemáticas.
Boas curvas!
Ainda assim, deu para me tirarem uma foto em cima dessa mesma EFS, ainda com uns meses de idade. Eis o meu primeiro contacto com motos... no longínquo ano de 1976.
Entretanto enquanto criança, nas colecções de cromos que se faziam, as de motos eram sempre as preferidas. Para além das mais conhecidas, o meu imaginário divagava com nomes como Laverda, Norton, Bultaco, Triumph, Moto Guzzi, MZ, Benelli, Bimota, etc....
Sempre tive apetência para o desenho, e ainda hoje tenho muitos dos desenhos feitos com 10 ou mais anos, em que o assunto era muitas das vezes motos (como também carros). Adorava rabiscar e inventar modelos.
16 anos feitos, e a vontade era tanta, que mal pude, lá fui à Câmara Municipal inscrever-me para tirar a licença de ciclomotor. Lá me emprestaram uma Kwang Yang para fazer o (pseudo) exame. Com uns dinheiritos ganhos em trabalhos de férias, e tendo a licença, o passo seguinte era comprar ela mesma.... a mota! Mas na altura qualquer 50cc nova já custava uns nada módicos 350 a 400 contos. Uma japonesa estava fora de questão e mesmo as nacionais não eram tão assim mais baratas.
Entretanto num stand de motorizadas que ainda hoje existe, em Alverca (Moto-Verdelha), lá encontrei uma que se ajustava ao orçamento. Com 200 contos no bolso, e à revelia dos meus pais, lá fui com o Nelson (meu grande amigo desde há muitos anos), buscar então uma Famel XF25 S usada. De cor preta, já tinha ignição electrónica, avanços, jantes em alumínio, disco frontal, mono-amortecedor e refrigeração líquida.... um luxo para uma motorizada Made in Portugal. Mais tarde ainda lhe meti um escape de rendimento.
O motor era o famigerado Zundapp de 5 velocidades liquid cooled, e não havia japonesa 50cc de origem que o apanhasse.
Entretanto não mais parei. A mota proporcionava-me uma mobilidade e ia com ela para todo o lado, desde percursos para a escola, trabalho, ir ter com a(s) namorada(s), etc...
Ainda depois comprei uma Aprilia AF1 50, acidentada, com o intuito de a recuperar. Nunca foi a avante e acabou a ser vendida a peso a uma sucata, depois de ainda ter servido como dadora de peças.
Quando completei 18 anos, comecei a tirar a carta de carro e moto, ao mesmo tempo, e praticamente dispensei as aulas de moto, por já andar de motorizada há muito.
Entretanto entrei na faculdade. O percurso entre a Póvoa de Santa Iria e o Alto da Ajuda (25 kms) nos primeiros tempos foram feitos de transportes, pois tornava-se um percurso pesado (e caro) para fazer com uma 2 tempos.
Mas rapidamente dei conta que uma outra moto era o que precisava. E assim foi.... já com carta A (não existiam limitações como as de agora), lá fui buscar uma bonita CB Two Fifty verde metalizada.
A XF25S foi entregue ao meu irmão (que serviu de escola de aprendizagem também para ele), que mais tarde a kitou a 80cc.... e acabou a ser vendida a um colega da minha mãe por meia dúzia de patacos (se soubesse o que sei hoje ).
A CB Two Fifty foi assim, entre 1995 e 1998, a minha companheira diária, fosse para ir para a faculdade, como para passeio e até várias vezes ao Algarve ela foi.
Ainda assim, enquanto estudante universitário, arranjei trabalho em part-time num stand Honda. Era praticamente um "faz tudo", desde ajudar na oficina, fazer serviço no stand, ir buscar e entregar motas, representar o concessionário em eventos (FIL, encontros, etc)... foi aqui aonde aprendi também bastante sobre o mundo das motas, e o melhor.... a possibilidade de experimentar e conduzir tanta e tanta coisa diferente.
No entanto a vontade de querer ter algo mais persistia, pois os 21cv da Two Fifty começavam a ser manifestamente escassos. E assim, depois de muito procurar algo nas médias cilindradas, lá encontrei num stand em Almeirim que também ainda existe (Ribamoto) uma CB500 em estado imaculado, com pouco mais de 1 ano e ainda na garantia da marca. E voilá.... ficou lá Two Fifty, e veio a CB500.
Esta CB500 veio para a minha mão em 1998 e comigo ficou até 2007. Digamos que esta sim foi a grande escola. Dava para estar uma tarde a contar peripécias e aventuras vividas com ela. Cheguei a ir de férias para Espanha com ela. Era uma "bébé" quando a comprei (tinha apenas 11 mil kms).... despachei-a com 123 mil kms. Na altura em que a entreguei, ao vê-la subirem-na para o reboque, quando a vieram buscar, a minha (já) esposa chorou, tal foi a ligação que ela também teve aquela mota durante os tempos de namoro.
Tive então um período sem mota, porque entretanto o meu primeiro filho nasceu. Mas a vontade era muita, e já andava a ver o que comprar. O meu irmão porém, em 2008 decidiu trocar este cantinho à beira mar plantado, pelos Alpes helvéticos. E fez-me uma proposta.... eu ficar com a CBR600F dele a meu cargo, arcando com as naturais despesas de manutenção, seguro e IUC. E assim foi. A seguinte mota que ocupou o lugar vago na garagem foi uma CBR600F3, de 1998, preta com pintura personalizada.
Andei com a CBR durante uns 2 anos.... mas não era bem aquilo que gostava.... e para além da mota não ser propriamente minha.
Estava assim na altura de procurar algo novamente, de acordo com as minhas ânsias. O ponto de partida era então algo no segmento touring / sport-touring, que me desse conforto q.b., equipamento, que fosse algo fora do comum e menos visto.
Entre umas quantas opções das quais as que mais me fizeram ainda assim pensar foram uma VFR800 Vtec e uma R1150R.... mas aquela F800ST (com as quais eu já simpatizava desde que elas tinham sido lançadas, em 2007), com algumas soluções menos comuns como o bonito monobraço, transmissão "não" de corrente, motor estrutural com cambota de 360º, 3ª biela auxiliar e veio de equilíbrio (os tais "2,5" cilindros, ehehehe), e já contemplando uma serie de equipamento extra de origem, afigurou-se como correspondendo aquilo que procurava. E assim foi.... desde Fevereiro de 2010 que tem sido a minha fiel companheira. Só não ando com ela nos dias em que tal é impossível, seja pelas condições climatéricas, como pela logística familiar (escolas e infantários dos descendentes). Tinha precisamente 20.100 Kms quando veio para a minha mão. Irá (se tudo correr como previsto), completar 70.000 na próxima semana, no decorrer da RIM.
Já pensei várias vezes em trocar.... Mas depois quando penso melhor, para quê? Faz tudo o que as maiores fazem.... e com muito menos! Quem a conhece sabe o estado imaculado em que está, apesar de já ir a caminho dos 11 anos. As chatices que deu foram poucas ou nenhumas... e como em equipa que ganha não se mexe, vou-me deixando ficar, até ver.... até porque nos catálogos actuais não há muita coisa que me preencha totalmente o ego.... e as que há, são caras.... ou têm fama de problemáticas.
Boas curvas!